Paris, França - O enviado especial do presidente francês, François Hollande, para a proteção do planeta, Nicolas Hulot, pede a criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente, que se encarregue de gerenciar os recursos naturais ameaçados.
O papel desta organização será "se encarregar, em escala mundial, dos bens comuns", explicou Nicolas Hulot em uma entrevista publicada nesta sexta-feira (29/5) no jornal comunista L;Humanité.
Também deverá "comandar a gestão dos recursos ameaçados, como a água, as terras cultiváveis, a pesca e, inclusive, as matérias-primas que se tornam metais raros e que são necessárias às economias, como o cobre, o chumbo e as terras raras...", disse.
Hulot fez esta proposta na véspera de uma nova negociação em Bonn, que será celebrada na segunda-feira (1;/6), antes da conferência internacional sobre o clima, que será celebrada em Paris.
"Não podemos abandonar o destino da humanidade à OMC", afirmou Nicolas Hulot.
"Por bem ou por mal, se não passarmos de um mundo de competição a um mundo de cooperação, todos bateremos contra a parede", acrescentou.
"As tensões são uma realidade porque estamos no limite dos nossos recursos naturais. Fazemos a guerra há cinquenta anos por causa do petróleo, do gás, do carvão. O que vai acontecer quando os recursos mais vitais, como as terras cultiváveis, o pescado ou os materiais essenciais da indústria faltarem? Se tudo isto não for manejado, não haverá paz possível".
"A escassez é um fator de tensões, de guerra. E nós tendemos à escassez. Então, é preciso refletir sobre as regras comuns. Dizem que é complicado. Mas não foi complicado colocar a OMC em seu lugar", acrescenta Nicolas Hulot.