Agência France-Presse
postado em 31/05/2015 17:48
Cairo - A advogada egípcia especializada em direitos humanos Mahienur el Masri foi condenada neste domingo por uma corte de apelação a 15 meses de prisão, acusada de ter agredido policiais em uma delegacia em 2013, informou uma autoridade judicial.A ativista de defesa dos direitos humanos, que já esgotou todos os recursos, reagiu ao veredicto com o grito "abaixo o regime militar".
Em julho de 2013, o exército destituiu o presidente islamita Mohamed Mursi, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito. Posteriormente, o ex-comandante do exército, Abdel Fatah al Sisi, foi eleito presidente e desde então, os partidários de Mursi - assim como os laicos e os esquerdistas - sofrem uma violenta repressão.
Premiada internacionalmente por seu trabalho em prol dos direitos humanos, El Masri foi condenada em fevereiro, juntamente com outras duas pessoas, a dois anos de prisão por um tribunal de Alexandria, sentença da qual recorreu.
Seu advogado, Mohamed Ramadan, informou que os acusados foram detidos no momento em que se dirigiam a uma delegacia do Cairo para perguntar sobre o destino de outro advogado, que havia sido preso.
"Trata-se de uma decisão política contra todos os que pediram (a mobilização) de 25 de janeiro" de 2011, que acabou derrubando o regime de Hosni Mubarak, acrescentou Ramadan.
El Masri já tinha sido presa sob o regime de Mubarak e também durante o governo de Mursi.