Agência France-Presse
postado em 07/06/2015 16:28
Israel convidou neste domingo o presidente da companhia francesa Orange, Stéphane Richard, a visitar o país e explicar sua posição sobre a presença do grupo de telecomunicações no território - informou uma fonte israelense à AFP."O governo de Israel convidou-o a vir a Israel", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado.
Richard disse lamentar a polêmica sobre a presença do gigante francês de telefonia móvel no país.
"A Orange está em Israel para ficar", declarou ele à AFP, negando, mais uma vez, qualquer desvinculação de seu grupo com Israel.
Com duas filiais no país, o operador francês garante que sua vontade de pôr fim à licença que permite à empresa israelense Partner utilizar a marca Orange em Israel e nas colônias da Cisjordânia ocupada é motivada por sua estratégia de marca, e não por considerações políticas.
Israel é o único país, no qual a Orange está presente sem explorar sua própria marca. Essa situação resulta de um acordo firmado pela Partner com o então grupo britânico Orange antes de ser comprado, em 2000, pela France Telecom. Esta última adotou imediatamente o nome da marca.
A tentativa do presidente da Orange de amenizar a polêmica não foi bem recebida pela Partner. No sábado, a empresa israelense classificou as declarações de Richard "de cortina de fumaça, cujo objetivo é manipular a opinião pública em Israel e em todo o mundo".
A polêmica começou na última quarta-feira, quando o CEO da Orange manifestou o desejo do grupo de "retirar a marca Orange de Israel". O anúncio provocou fortes críticas no país, inclusive do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Richard se pronunciou algumas semanas após a publicação de uma matéria acusando a Orange de apoiar a colonização por intermédio da Partner. Suas declarações afetaram um ponto bastante sensível em Israel, sempre preocupado com tentativas internacionais de boicote.
A fonte israelense consultada pela AFP neste domingo revelou que Richard pediu uma reunião com o embaixador de Israel em Paris. O diplomata recebeu ordens de não recebê-lo e, em vez disso, propor-lhe que vá a Israel.