Realizada no sábado em 79 países de forma simultânea, essa enquete é o maior esforço, feito até agora, para conhecer a opinião da população mundial sobre este assunto.
Os resultados foram publicados neste domingo no site da iniciativa chamada "World Wide Views on Climate and Energy" ("Opiniões do mundo inteiro sobre o clima e a energia", em tradução livre).
Na semana que vem, a pesquisa será entregue aos negociadores na reunião prevista para acontecer em Bonn, na Alemanha. O encontro será preparatório para a grande conferência da ONU, realizada no fim do ano em Paris, na qual se espera que os países assinem um acordo mundial para conter o aquecimento global.
As respostas ao questionário mostram que 71% dos 10.000 entrevistados acreditam que o processo negociador da ONU não tem sido suficiente para abordar a mudança climática.
Pelo menos 19% disseram estar "moderadamente preocupados" sobre os efeitos da mudança climática, e menos de 2% não estão preocupados.
Uma maioria de 63% considera que o acordo de Paris deverá "fazer tudo o que for preciso" para alcançar o objetivo das Nações Unidas: limitar o aquecimento a 2;C acima da temperatura da era pré-industrial.
Já quando se trata de tomar medidas práticas, as respostas são mais variadas. Somente 16% apoiam a introdução de um imposto sobre o carbono para todos os países, e 42% para todos os países, mas com maiores custos para aqueles que não reduzirem as emissões. Cerca de 30% dos entrevistados se mostraram a favor de um imposto ligado ao nível de desenvolvimento do país.
Apenas um em cada dez é contra qualquer tipo de taxa, considerada como a melhor medida para inverter a atual tendência de emissões.
Do Brasil ao Japão, passando por Senegal e China, os organizadores da pesquisa realizaram 100 debates com pessoas de 79 países.
"Espero que os responsáveis encontrem nesta iniciativa um eco das preocupações, esperanças e aspirações dos cidadãos sobre o tipo de planeta que querem para si mesmos e para seus filhos", afirmou no sábado a diretora-executiva da Convenção Marco da ONU sobre Mudança Climática, Christiana Figueres.