Agência France-Presse
postado em 09/06/2015 10:30
Beirute, Líbano - Os rebeldes sírios tomaram nesta terça-feira (9/6) uma das bases militares mais importantes no sul do país, o que constitui um novo revés para o exército de Bashar al-Assad, afirmou à AFP um porta-voz dos insurgentes da Frente Sul. "Após 24 horas de combates, a Frente Sul (rebelde) libertou inteiramente a base chamada Brigada 52 e expulsou o regime", indicou Isam al-Rayes. Trata-se de uma das últimas bases nas mãos do regime na província meridional de Deraa, dominada pela rebelião.[SAIBAMAIS]Esta é uma base estratégica que dará aos rebeldes acesso à província meridional de Sueida, uma das últimas que ainda está totalmente nas mãos do regime de Bashar al-Assad. A base está situada a dez quilômetros da principal estrada que vai do sul do país à capital, Damasco. "Esta base era um pesadelo para os rebeldes porque era a principal base a partir da qual o regime bombardeava todas as nossas regiões no sul", disse Isam al-Rayes.
"A base tinha um importante corpo de infantaria utilizado pelo regime para atacar as cidades do sul", indicou à AFP Dia al-Hariri, porta-voz do Faylaq al-Awwal, um dos grupos rebeldes que formam a Frente Sul. Esta frente inclui majoritariamente rebeldes e grupos islamitas como Ahrar al-Cham, influente no norte e no sul da Síria. "Cerca de 20 mil rebeldes participaram do ataque (...) foi uma operação relâmpago que começou ontem e terminou pela manhã", explicou o comandante Al-Rayes.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) confirmou, por sua vez, a tomada da base e explicou que os rebeldes a bombardearam, obrigando os soldados do regime a se retirar a uma localidade próxima a Dara. Ao menos 14 rebeldes e 20 soldados morreram, segundo esta ONG, que dispõe de uma ampla rede de fontes na Síria.
A agência oficial Sana falou, por sua vez, de "uma série de ataques aéreos contra os terroristas" na província de Deraa, acusando os rebeldes de se beneficiarem do apoio da Jordânia, fronteiriça com o sul da Síria. O exército do regime sofreu várias derrotas nos últimos meses frente aos rebeldes, sobretudo no norte e no sul do país.