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Milícia yazidi mata ao menos 21 pessoas no Iraque para vingar ataque

O grupo de maioria religiosa não é considerado árabe nem muçulmano e vive principalmente na região de Sinjar

Agência France-Presse
postado em 10/06/2015 11:16
Membros da minoria yazidi, uma das mais atingidas pelas atrocidades do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mataram em janeiro 21 sunitas em vingança por um ataque, denunciou nesta quarta-feira a Anistia Internacional. O relatório menciona outros assassinatos e seu anúncio coincide com o primeiro aniversário da ofensiva do EI no Iraque.

A ONG com sede em Londres investiga os ataques cometidos em 25 de janeiro por uma milícia yazidi em Jiri e Sibaya, duas aldeias árabes sunitas da região de Sinjar, no noroeste do país. "Metade dos mortos eram idosos ou deficientes, bem como mulheres e crianças", afirma a Anistia em seu relatório. Segundo a ONG, mais 40 pessoas foram sequestradas, dos quais 17 ainda estão desaparecidas.

A Anistia cita um homem que perdeu no ataque seus dois filhos, de 15 e 20 anos. Seu irmão de 12 anos recebeu quatro tiros nas costas, mas sobreviveu. A organização informa ainda que o grupo matou seu pai de 66 anos em uma cadeira de rodas.



Os yazidis, uma minoria religiosa que vive principalmente na região de Sinjar, não são árabes nem muçulmanos. Em 2014, os jihadistas do EI mataram muitos yazidis, obrigando dezenas de milhares a fugir e fazendo milhares de mulheres e meninas de escravas sexuais.

Os membros da comunidade árabe sunita foram acusados %u200B%u200Bde colaborar com o EI. "É realmente perturbador ver membros da comunidade yazidi, que tanto sofreram nas mãos do EI, cometer crimes violentos", disse Donatella Rovera, conselheira para situações de crise da Anistia.

Em março, vários investigadores das Nações Unidas estimaram que os ataques contra os yazidis poderiam configurar um "genocídio".

Os jihadistas assumiram o controle em junho de 2014 de extensas áreas no Iraque. Desde então, o governo iraquiano e suas milícias aliadas tentam recuperar o terreno perdido, com a ajuda da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

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