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Cúpula UE-Celac é inaugurada com apoio a presidente da Colômbia

"A UE colocará em andamento um fundo para apoiar as ações pós-conflito no país", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk

postado em 10/06/2015 11:20
A União Europeia demonstrou apoio nesta quarta-feira (10/6) ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, no processo de paz com a guerrilha das Farc e mostrou sua vontade de normalizar as relações com Cuba, na abertura da cúpula com a Comunidade de Países Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas.

"Apoiaremos os esforços do presidente Santos para que se obtenha uma paz duradoura na Colômbia", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no discurso de abertura do encontro de dois dias. "A UE colocará em andamento um fundo para apoiar as ações pós-conflito no país", afirmou ainda, diante de mais de 40 chefes de Estado e de Governo europeus e latinos.

Tusk reafirmou, além disso, o compromisso europeu de concluir as negociações sobre o diálogo político e o acordo de cooperação com Cuba, saudando a normalização das relações entre a ilha e os Estados Unidos.

Tusk recordou igualmente que a UE é o primeiro investidor e segundo sócio comercial da região latina e pediu que se modernize a associação estratégica que os dois blocos mantêm.

Já o presidente equatoriano Rafael Correa, presidente pro tempore da Celac, pediu o fim das sanções americanas contra a Venezuela. "Rejeitamos e exigimos a derrogação da ordem executiva emitida pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama [...] A ordem, além do ridículo argumento, viola flagrantemente o direito internacional", afirmou o presidente equatoriano em seu discurso inaugural.



Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) analisarão por dois dias o futuro das relações entre as regiões. Juntas, as duas regiões somam 1,1 bilhão de habitantes e correspondem a um terço dos membros das Nações Unidas.

Com esse encontro, a UE espera "aproximar posições" e obter uma "cooperação mais estreita" em relação aos temas da agenda global - em especial na mudança climática, de olho na Conferência de Paris, no fim do ano.

A UE busca ainda reforçar o diálogo político e os vínculos comerciais com essa região de 33 países. Destes, 26 já assinaram acordos de associação com importantes capítulos comerciais.

A cúpula desta quarta e quinta-feira com os presidentes de ambas as regiões será a oportunidade para Chile e México avançarem na "modernização" de seus acordos comerciais com os europeus, com a incorporação de novos setores - como o da energia, no caso do país norte-americano.

As estagnadas negociações com o Mercosul também estão na agenda. Na quinta-feira, durante o "retiro" dos chefes de delegação, a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, vai-se reunir com os chanceleres dos países do Mercosul. Nesse encontro, serão definidos os passos a seguir.

A portas fechadas, devem discutir "o futuro das relações birregionais no âmbito dos novos desafios mundiais", relatou uma fonte diplomática europeia.

As fontes consultadas pela AFP disseram que estará sobre a mesa a proposta de organizar esses encontros em nível ministerial, de maneira mais regular. Esta será a segunda cúpula entre a Celac e a UE. O primeiro encontro aconteceu em 2013 no Chile.

Em entrevista à AFP, a secretaria-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcenas, considerou que as duas regiões devem "ceder" em suas posições se quiserem fechar um acordo comercial.

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