Cidade do Vaticano - O papa Francisco pediu nesta quarta-feira, ao receber o presidente russo Vladimir Putin, no Vaticano, a plena implementação "por todas as partes" dos acordos de Minsk sobre o conflito no leste da Ucrânia, segundo um comunicado do Vaticano.
"O Santo Padre ressaltou a importância de nos engajar em um esforço significativo e sincero para alcançar a paz (na Ucrânia). Foi acordado sobre a importância de reconstruir um clima de diálogo, e que todas as partes se comprometam a aplicar os acordos Minsk", indica o comunicado divulgado ao final da reunião entre o presidente russo e o papa.
O presidente Putin foi recebido nesta quarta-feira no Vaticano durante 50 minutos pelo papa Francisco, na presença de intérpretes.As conversações incidiram sobre a Ucrânia e o Oriente Médio, segundo a Santa Sé.
O Papa e Putin expressaram a necessidade de criar no Oriente Médio "as condições necessárias para a vida de todos os componentes da sociedade, incluindo as minorias religiosas, em particular cristãs".
O Papa entregou ao presidente um medalhão representando o "Anjo da Paz", "que supera todas as guerras" e "fala sobre a solidariedade entre todos os povos", relataram os jornalistas presentes.
"Este é o medalhão do Anjo da Paz, criado por um artista do século passado. Este é o anjo que vence todas as guerras e fala de solidariedade entre todos os povos", disse ao presidente russo, entregando o medalhão que ele oferece com frequência a seus convidados oficiais.
Ele também entregou uma cópia de sua exortação apostólica, "Alegria do Evangelho", "que contém muitas reflexões religiosas, humanas, geopolíticas e sociais", comentou.
Por sua vez, o presidente russo ofereceu ao papa um bordado costurado em fio de ouro, representando a Catedral do Santíssimo Salvador, em Moscou, símbolo do patriarcado ortodoxo: "Esta é a igreja do Santíssimo Salvado que foi destruída durante o período soviético e que foi reconstruída", observou o chefe do Kremlin.
O presidente russo se atrasou mais de uma hora, depois de visitar em Milão o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.Putin já havia encontrado o Papa em novembro de 2013.