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Papa Francisco lamenta grilagem de terras por multinacionais e Estados

Segundo o pontífice, o crime não só priva os agricultores de um bem essencial, mas atinge diretamente a soberania dos Estados

Cidade do Vaticano, Santa Sé - O papa Francisco denunciou nesta quinta-feira (11/6) a grilagem de terras em países pobres por empresas multinacionais e de outros Estados, recomendando fortemente o apoio à agricultura familiar de subsistência, ao receber uma delegação da conferência da FAO. "A grilagem de terras cultiváveis por empresas transnacionais e Estados continua a preocupar. Não só priva os agricultores de um bem essencial, mas atinge diretamente a soberania dos Estados. Em muitas áreas, os produtos alimentícios vão para no exterior e a população local se vê empobrecida duplamente porque não tem nem comida, nem terra", ressaltou.



Em registros que anunciam sua encíclica muito aguardada sobre a ecologia humana, "Laudato se", a ser publicada em 18 de junho e que terá acentos tanto éticos quanto sociais, o Papa argentino falou de "educação para a nutrição adequada, o desperdício de alimentos que ocorre com um terço dos produtos alimentares e o uso não-alimentar dos produtos agrícolas, para alimentação animal e biocombustíveis".

Um grande compromisso da comunidade internacional é necessário, de acordo com Francisco, para "mudar estilos de vida". "A sobriedade não se opõe ao desenvolvimento, mas tornou-se sua condição." O Papa recebeu no Vaticano os participantes da 39; Conferência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que está sendo realizada em Roma.