Agência France-Presse
postado em 17/06/2015 19:52
Uma multidão de cerca de 7 mil pessoas - de acordo com a polícia - se reuniu nesta quarta-feira (17/6), na praça Syntagma, no centro de Atenas, para pedir "o fim dos sacrifícios" e apoiar o governo, em meio às duras negociações com os credores internacionais da Grécia.Com faixas em inglês e em grego com dizeres como "Pelo fim da austeridade, apoiem a Grécia, mudem a Europa", "Acabem com os sacrifícios, mesmo para o euro", ou "Democracia, e não chantagem", os manifestantes se reuniram pacificamente, atendendo a uma convocação nas redes sociais.
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Vários membros do governo do premiê Alexis Tsipras compareceram ao ato, assim como a presidente do Parlamento, Zoé Konstantopoulou, cujas posturas bastante radicais lhe valeram grande popularidade.
Foi dela a iniciativa de criar uma comissão sobre a legalidade da dívida e em defesa do não-reembolso dos credores. Zoé também está por trás da iniciativa sobre o pedido à Alemanha de indenização pelos excessos cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo ela, Berlim deve quase 300 bilhões de euros a Atenas.
O ministro grego do Interior, Nikos Voutsis, celebrou "a ajuda" que os manifestantes buscam dar ao governo para que se chegue a um acordo "em favor do povo".
Entre os manifestantes, o aposentado Stelios Vitzileos, de 82 anos, afirmou que "eles (os credores) cortam, cortam, cortam, e nós não podemos mais viver".
"Queremos continuar na Europa, mas, infelizmente, do jeito que eles nos pressionam, é como se nos dissessem para ir embora", lamentou.
Segurando um cartaz contra "a chantagem dos credores", a professora Niki Illiaveri, de 56, disse apoiar o governo, "porque ele defende nossa dignidade, endossa toda a dignidade do povo".
"O governo negocia pela primeira vez, e isso me deixa orgulhosa. Se a negociação fracassar, não será sua culpa. Ele (o governo) terá realmente feito seu melhor", comentou.
Há várias semanas, a Grécia negocia com os credores (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) a aplicação de uma série de reformas econômicas em troca da liberação de uma nova parcela de empréstimos de 7,2 bilhões de euros, vital para o país.