Diante das novas ameaças, a Otan realiza seu mais importante esforço desde o fim da Guerra Fria, disse nesta quarta-feira (17/6) o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, ao chegar à Polônia para assistir às primeiras grandes manobras da nova força de intervenção rápida.
"A Otan está por enfrentar um novo cenário de segurança, causado pela violência e a instabilidade no sul - EI no Iraque, Síria e norte da África- e também pelo comportamento da Rússia, que tem utilizado a força para mudar fronteiras, anexar a Crimeia e desestabilizar o leste da Ucrânia", declarou Stoltenberg em Zagan, oeste da Polônia.
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"A Otan deve responder e respondemos. Estamos realizando o maior reforço de nossas defesas coletivas desde o fim da Guerra Fria. A força de intervenção rápida é um elemento-chave, é formidável ver como funciona e se exercita aqui na Polônia".
O primeiro exercício militar "completo" da nova força (VJTF: "Very High Readiness Joint Task Force") da Aliança Atlântica reúne desde a semana passada cerca de 2.100 soldados - holandeses, tchecos, alemães, noruegueses, poloneses, lituanos, belgas, americanos e húngaros - chegados à Polônia por via aérea e terrestre.
As manobras simulam a defesa de um país aliado diante de uma agressão externa.
A criação da VJTF foi decidida após a Cúpula da Otan em Newport, em setembro de 2014, em particular para reforçar o flanco oriental da Aliança diante das ambições de Moscou e após a anexação da Crimeia.
O presidente Vladimir Putin anunciou na terça-feira um reforço do arsenal nuclear da Rússia com mais de 40 novos mísseis intercontinentais até o final do ano, gesto qualificado de "perigoso" pela Otan.