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Negociações de paz sobre o Iêmen fracassam em Genebra

Um cessar-fogo no Iêmen "precisa de mais consultas", mas poderia ser concluído "rapidamente", declarou nesta sexta, em Genebra, o enviado especial da ONU para o Iêmen, secretário-geral adjunto Ismail Ould Sheikh Ahmed

Agência France-Presse
postado em 19/06/2015 15:58
As negociações de paz sobre o Iêmen terminaram nesta sexta-feira (19/6) sem qualquer acordo e nenhuma outra data foi marcada para novas conversações, anunciou o emissário das Nações Unidas.

Um cessar-fogo no Iêmen "precisa de mais consultas", mas poderia ser concluído "rapidamente", declarou nesta sexta, em Genebra, o enviado especial da ONU para o Iêmen, secretário-geral adjunto Ismail Ould Sheikh Ahmed.

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O emissário viajará a Nova York para informar o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o Conselho de Segurança da organização, após o que pretende viajar para a região para continuar trabalhando no estabelecimento da paz.

Ould Sheikh qualificou as consultas em Genebra de "preliminares", embora tenha admitido que não foi marcada nenhuma data para a realização de novas negociações.

"Não corresponde à ONU decidir se haverá novas consultas, corresponde aos iemenitas fazê-lo", disse.

As consultas começaram em Genebra, na segunda-feira, e terminaram nesta sexta, dias que, segundo o diplomata mauritano, serviram para constatar que existe "um terreno favorável" para um acordo sobre o cessar-fogo.

"O ambiente é positivo para novas consultas", disse, acrescentando que iria "redobrar os esforços" nos próximos dias sobre este tema.

"As consultas em Genebra não são o fim do caminho, mas o começo de um caminho longo e difícil", explicou.
;Catástrofe iminente;

O emissário da ONU para o Iêmen tentava convencer desde a segunda-feira, 15 de junho, em Genebra, os rebeldes e os representantes do governo no exílio, que decretaram uma trégua humanitária durante o Ramadã, como um primeiro passo para um diálogo de paz.

O Iêmen foi arrasado pelo conflito entre os rebeldes xiitas e as tropas leais ao presidente exilado Abed Rabbo Mansur Hadi, que fugiu para a Arábia Saudita em fevereiro.

Os rebeldes invadiram a região de maioria sunita do país e, junto aos seus aliados das forças leais ao presidente deposto Ali Abdallah Saleh, foram alvo de ataques aéreos comandados pela Arábia Saudita desde março.

Segundo a ONU, o conflito deixou 2.600 mortos desde o fim de março, quando a coalizão árabe, liderada por Riad, iniciou esta campanha de bombardeios no Iêmen.

Por outro lado, a ONU solicitou nesta sexta-feira 1,6 bilhão de dólares para ajudar cerca de 21 milhões de iemenitas, e expressou seu temor por uma "catástrofe iminente", nas palavras do coordenador de Operações Humanitárias das Nações Unidas, Stephen O;Brien.

A ONU estima que pelo menos "21 milhões de pessoas, ou seja, 80% da população, precisam de ajuda e/ou proteção" no Iêmen, declarou um porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), Jens Laerke.

A delegação do governo no exílio culpou os rebeldes da falta de acordo, embora tenha deixando a porta aberta para outras consultas.

"Infelizmente, a delegação huthi não nos permitiu alcançar um processo real como esperávamos", afirmou o ministro das Relações Exteriores do governo no exílio, Ryad Yassine, referindo-se aos rebeldes xiitas iemenitas.

O chanceler negou-se, no entanto, a falar de fracasso e indicou que os esforços vão continuar junto à ONU, sem especificar as datas das próximas reuniões.

"Não ter alcançado o êxito que esperávamos não significa que tenhamos fracassado", disse Yassine.

Além disso, Yassine disse que a delegação do governo, reconhecido pela comunidade internacional, ainda era "otimista" sobre chegar a "uma solução pacífica sob os auspícios da ONU".

Em uma primeira reação, um membro da delegação dos rebeldes, Yehya Dueid, considerou que "(a ONU) não tinha dado o tempo necessário para permitir que se alcançasse um acordo".

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