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Opositores marcham em Caracas pela liberdade dos presos políticos

Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação, que percorreu três quilômetros e terminou com um comício na praça José Martí, no leste da capital

Agência France-Presse
postado em 20/06/2015 20:59
Caracas - Dezenas de pessoas marcharam neste sábado, em Caracas, para exigir a liberdade de vários opositores presos, entre eles o líder radical Leopoldo López, em greve de fome desde 24 de maio.

Lilian Tintori, esposa do líder da oposição preso Leopoldo Lopez, cumprimenta os manifestantes durante protesto pacífico em Caracas

Convocados por Lilian Tintori, esposa de López, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação, que percorreu três quilômetros e terminou com um comício na praça José Martí, no leste da capital.

"Se quiserem que Leopoldo suspenda a greve de fome, ponham a data das eleições" legislativas, disse Tintori em um discurso feito na praça. A Venezuela deve realizar eleições parlamentares em 2015, mas o Congresso Nacional Eleitoral (CNE) ainda não marcou uma data.

O presidente Nicolás Maduro garantiu a realização do processo eleitoral e, de fato, em 28 de junho serão celebradas as primárias em que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder) elegerá seus candidatos.

López, líder do partido Vontade Popular, se declarou em greve de fome em 24 de maio para exigir a definição da data das eleições e que o pleito tenha observação internacional.

Os manifestantes também pediram a libertação de Daniel Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal (sudeste), Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, e de outras pessoas consideradas pela oposição como "presos políticos".

Tintori assegurou que seu marido - preso em uma penitenciária militar nos arredores de Caracas desde 19 de fevereiro de 2014 - perdeu 15 quilos e não pôde ser examinado por um médico de confiança.

"Por piedade, peço a @NicolasMaduro que tenha um gesto democrático para que possa parar esta greve de fome", tuitou a esposa de López.

Também participaram da passeata Patricia Gutiérrez e Mitzy Capriles, esposas de Ceballos e Ledezma, respectivamente, assim como partidários de Leopoldo López que estão em greve de fome pedindo sua libertação, alguns há três meses.



López e Ceballos são acusados de incitar a violência durante protestos da oposição que terminaram com 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014, enquanto Ledezma está em prisão domiciliar, acusado de conspirar contra Maduro.

Segundo país mais violento do mundo segundo a ONU, a Venezuela enfrenta uma complexa situação econômica, com uma inflação que beirou os 70 pontos em 2014 (último dado oficial) e a escassez de dois terços dos produtos básicos.

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