Agência France-Presse
postado em 22/06/2015 16:35
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano convocou nesta segunda-feira (22/6) as eleições legislativas para o dia 6 de dezembro, um passo esperado há vários meses pela oposição ao governo socialista, que parte como favorita, segundo uma pesquisa recente."A data da eleição é o dia 6 de dezembro", informou a presidente do CNE, Tibisay Lucena, em um breve comunicado enviado à imprensa, no qual também fixou a data da campanha eleitoral, entre 13 de novembro e 3 de dezembro.
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Com o anúncio, Lucena coloca fim às reclamações da oposição venezuelana e de políticos estrangeiros, que afirmavam que o atraso na publicação do cronograma eleitoral era parte de uma artimanha política governista e que inclusive chegaram a insinuar que não seriam realizadas eleições para renovar a Assembleia Nacional.
"O CNE não trabalha sob pressão", sentenciou Lucena, que denunciou que vozes de oposição desenvolveram uma campanha de descrédito em relação à instituição que ela preside.
Segundo as leis venezuelanas, uma nova Assembleia Nacional (unicameral) deve se instalar durante os primeiros dias de janeiro de 2016, o que obriga a realização da eleição neste ano. No entanto, não há um prazo legal mínimo estipulado para realizar a convocação.
- "Encontro com a história" -
"Já temos data para a Batalha por uma Nova Vitória do Povo, 6 de dezembro tod@s no encontro com a História... Vamos Pátria, vencer", celebrou no Twitter após o anúncio o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que costuma se gabar da quantidade de processos eleitorais que ocorreram nos últimos anos na Venezuela, em sua grande maioria conquistados pelo chavismo.
"Por fim, as eleições têm data! Agora, mais do que nunca, #UniónYCambio. Cada venezuelano tem a força para conseguir", escreveu Henrique Capirles, ex-candidato presidencial da oposição e atual governador do rico e populoso estado de Miranda, no norte do país.
Desde 24 de maio, o líder da ala radical da oposição Leopoldo López mantém uma greve de fome como mecanismo de pressão para, entre outros pontos, a fixação da data das eleições.
À greve de López, que está há 16 meses em uma prisão militar acusado de incitar a violência em protestos antigovernamentais entre fevereiro de maio de 2013, se somaram recentemente vários ativistas, embora alguns deles afirmem que a data das eleições não é fundamental em sua lista de exigências.
- Oposição favorita -
A coalizão opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD) exigia há várias semanas o anúncio da data das eleições, e para isso convocou várias manifestações ante o CNE.
Segundo uma pesquisa da empresa Datanálisis divulgada em abril, o governismo perderia pela primeira vez desde 1999 a maioria na Assembleia Nacional, porque só alcançaria 25% dos votos, contra 45,8% da oposição.