Cidade do Kuwait - Ao menos 25 pessoas morreram nesta sexta-feira (26/6) em um atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra uma mesquita xiita no Kuwait.
[SAIBAMAIS]O grupo ultrarradical sunita reivindicou o ataque, realizado durante a grande oração de sexta-feira na mesquita Al Imam al Sadeq, na Cidade do Kuwait, na segunda sexta-feira do mês de jejum sagrado do Ramadã.
Em um comunicado, a "Província de Najd", que se manifestou recentemente como a facção saudita do EI, afirma que um camicase, Abu Suleiman al Muwahhid, realizou o atentado contra uma mesquita "que promovia o ensinamento xiita entre a população sunita".
Segundo o ministério do Interior do país, além dos 25 mortos, 202 pessoas ficaram feridas no ataque. A "Província de Najd" reivindicou em maio dois atentados contra xiitas na Arábia Saudita.
De acordo com uma testemunha entrevistada pela AFP, "dezenas de pessoas foram mortas ou feridas", o que leva a crer em um número mais elevado de vítimas, enquanto fotos terríveis circulavam nas redes sociais mostrando corpos ensanguentados em meio aos destroços da mesquita.
Um fotógrafo da AFP indicou que a zona do ataque foi isolada pela polícia. Na semana passada, o porta-voz oficial do EI convocou os muçulmanos em todo o mundo a se envolver na guerra santa durante o Ramadã, que começou em 17 de junho, para fazer "um mês de miséria para os descrentes".
Em um comunicado, a "Província de Najd" indicou que o homem-bomba perpetrou o ataque contra uma mesquita que "espalhava a educação xiita entre a população sunita". Esta é a primeira vez que o Kuwait é atingido pelo grupo jihadista. Esta mesma "Província de Najd" reivindicou em maio dois atentados contra xiitas na Arábia Saudita.
O EI também assumiu a responsabilidade por cinco ataques quase simultâneos contra mesquitas na capital do Iêmen, Sanaa.
O emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, se dirigiu rapidamente ao local do ataque, visivelmente emocionado.
O governo se reuniu em caráter de emergência, enquanto o ministro do Interior elevou o nível de alerta, em vigor há três semanas desde os ataques anti-xiitas na Arábia Saudita.
No emirado, as condenações foram unânimes. O principal grupo que representa o islã sunita, o Movimento Constitucional Islâmico, protestou contra "um ataque criminoso contra uma mesquita".
O principal líder religioso sunita do país, xeque Ajeel al-Nashmi, declarou que o ataque foi um ato criminoso destinado a semear as sementes da discórdia".