Agência France-Presse
postado em 27/06/2015 13:38
Cidade do Kuwait - Muitas pessoas se reuniram neste sábado no Kuwait nos funerais das vítimas do atentado contra uma mesquita xiita reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) no qual 26 pessoas morreram, enquanto o emirado rico em petróleo reforça suas medidas de segurança.
O ministério do Interior informou neste sábado através de um comunicado que 26 pessoas e o suicida morreram e outras 227 ficaram feridas no ataque de sexta-feira, um dos piores atentados lançados no país e o primeiro contra uma mesquita.
Por sua vez, o ministério da Saúde declarou que apenas 40 feridos continuam hospitalizados, enquanto os demais receberam alta.
Duas das vítimas eram iranianas, segundo o ministério das Relações Exteriores desta República islâmica xiita.
[SAIBAMAIS]O ataque contra a mesquita de Al-Imam al Sadeq, na capital do país, ocorreu durante a oração semanal da segunda sexta-feira do Ramadã (mês do jejum muçulmano).
Parentes, amigos e outras pessoas se reuniram na tarde deste sábado no cemitério xiita, localizado em uma zona desértica a oeste da capital, onde as autoridades decidiram que as vítimas seriam enterradas como "mártires do Kuwait".
Em um comunicado foi informado que a partir deste sábado receberão condolências durante três dias na Grande Mesquita, o local de culto mais importante para os muçulmanos sunitas, como mostra de solidariedade.
O ministério do Interior também informou que deteve o dono do veículo utilizado pelo suicida para se dirigir à mesquita e que busca o motorista, a quem o primeiro forneceu o automóvel.
Além disso, disse que foram realizadas detenções de eventuais suspeitos para serem interrogados em conexão com o atentado. Não foram fornecidos mais detalhes.
O governo e os deputados realizaram uma reunião conjunta para informar sobre as medidas de segurança adotadas após o atentado, disse à imprensa o ministro de Estado para Assuntos de gabinete, xeque Mohamad Abdulá Al Sabah.
O emir do Kuwait, o governo, o Parlamento, os grupos políticos e os clérigos concordaram que o objetivo deste atentado era atiçar as disputas sectárias no país.
Grupos religiosos e políticos sunitas condenaram imediatamente este ataque lançado pelo EI, grupo também sunita mas ultrarradical, que considera os xiitas como hereges.
Estes últimos constituem aproximadamente um terço da população nativa do país, que é de 1,3 milhão de pessoas.
- Dia de luto nacional -
O gabinete anunciou após uma reunião de urgência, realizada na sexta-feira, que todos os organismos de segurança e a polícia foram colocados em estado de alerta para enfrentar o que chamou de "terror negro".
Por sua vez, o ministro de Justiça e Assuntos Islâmicos, Yacub al-Sane, disse que serão tomadas outras medidas adicionais de segurança ao redor das mesquitas e locais de culto.
O Kuwait declarou este sábado um "dia de luto nacional".
O ativista xiita ABdulwahed Jalfan indicou à AFP que foi reforçada a segurança nas mesquitas de sua comunidade e que foram formados comitês de cidadãos para apoiá-las.
Um grupo filiado ao EI na Arábia Saudita, autodenominado Província de Najd, afirmou que um de seus membros, Abu Suleiman al Muwahid, se autoimolou na mesquita, argumentando que a causa do ataque foi a difusão de ensino xiita entre os muçulmanos sunitas.
O emir, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, que se dirigiu ao local logo após a explosão, disse que este "ataque criminoso foi uma tentativa desesperada e mal dirigida contra a unidade nacional do Kuwait".