Berlim, Alemanha - A Unesco denunciou nesta segunda-feira (29/6) em uma resolução adotada em Bonn os "ataques bárbaros" perpetrados pela organização jihadista Estado Islâmico (EI) contra sítios arqueológicos na Síria e no Iraque, comparando-os a "crimes de guerra".
O texto, aprovado na 39; sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, iniciada no domingo, condenou "os ataques bárbaros, violência e crimes cometidos (...) contra o patrimônio cultural do Iraque" pela organização Estado islâmico, que multiplica os abusos contra sítios arqueológicos, religiosos ou históricos localizados em seu "califado", abrangendo o Iraque e a Síria.
"Os ataques intencionais a edifícios consagrados ao culto religioso, à educação, à arte, ciência ou para fins de caridade e contra monumentos históricos podem constituir crimes de guerra", insistiu a agência cultural das Nações Unidas em sua resolução.
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A resolução manifesta também a "profunda preocupação" da Unesco "com o local denominado Patrimônio Mundial" da antiga cidade de Palmira (centro da Síria), conquistada no final de maio pelo EI e, desde então, alvo de constantes ataques, levando a temores de um desastre.
Os "tesouros culturais insubstituíveis" também estão ameaçados pelas "escavações ilegais, casos de pilhagem e o tráfico de bens culturais organizados" no Afeganistão, Iraque, Líbia, Mali, Síria e Iêmen, alertaram os membros do Comitê do Patrimônio Mundial.
A Unesco abriu nesta domingo em Bonn a 39; sessão do Comitê do Patrimônio Mundial para examinar até 8 de julho cerca de trinta candidaturas para inscrição no Patrimônio Mundial da Humanidade.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokowa, denunciou a destruição de tesouros arquitetônicos e culturais pelo EI.
À margem de seus trabalhos, a Unesco deve começar nesta segunda-feira uma campanha em favor do patrimônio ameaçado pelos extremistas, chamada "Unite4Heritage" ("unidos pelo patrimônio", em inglês).