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Em cinco meses como ministro, Varoufakis se destacou por falas polêmicas

"[A Europa] É como um castelo de cartas. Caso se retire a carta da Grécia, as outras caem", declarou o ex-ministro da Economia

Agência France-Presse
postado em 06/07/2015 17:52
Nos cinco meses no exercício do cargo de ministro grego da Economia, Yanis Varoufakis destacou-se por suas declarações polêmicas: em uma entrevista, afirmou que o programa de austeridade imposto ao seu país é "o pior fracasso da história econômica" e no sábado acusou os credores de "terrorismo".

Abaixo, foram reunidas as afirmações deste economista iconoclasta que nesta segunda-feira anunciou sua demissão, após o triunfo do "Não" no referendo celebrado no domingo na Grécia.


- 29 de janeiro: "Vida frugal"

Em sua primeira coletiva de imprensa em Atenas, dois dias antes de assumir como ministro, afirmou ser um defensor de um "estilo de vida frugal", para ilustrar que a austeridade não implica uma deterioração orçamentária.

"Não achamos que o desenvolvimento implica na multiplicação de Porsche Cayenne nas ruas estreitas de nossas cidades e no aumento do dióxido de carbono na atmosfera", expressou.


- 8 de fevereiro: "Um castelo de cartas"

"A saída da Grécia do euro não está nos nossos planos, simplesmente porque pensamos que a Europa é frágil. É como um castelo de cartas. Caso se retire a carta da Grécia, as outras caem", disse o ministro grego em uma entrevista na televisão italiana.


- 11 de fevereiro: "A substância intelectual" de Sch;uble

"Wolfgang Sch;uble é provavelmente o único político europeu com substância intelectual", declarou o ministro grego ao semanário Stern.


- 25 de fevereiro: "Asfixia"

"Se asfixia-se os governos pró-europeus e democráticos, como o que pertenço, e joga-se à desesperança o povo que os elegeram, os únicos beneficiados dessa situação serão os fanáticos, os racistas, os nacionalistas", assegurou.


- 15 de março: "Um horror"

"É um horror que o Bild tente me prejudicar. Quanto mais ele tenta, melhor eu durmo à noite", declarou Varoufakis à agência grega ANA, depois que o tabloide alemão anunciou que sua demissão era iminente.


- 15 de março: "Pequenos problemas insignificantes"

"Que haja pequenos problemas insignificantes de liquidez, isso não deve dividir a Europa", afirmou em uma entrevista à rede alemã ARD.


- 26 de maio: "Já é hora"

"Há quatro meses cumprimos nossas obrigações com os credores, tirando recursos do fundo de nossa economia, mas não se pode fazer isso indefinidamente e nossos credores sabem disso", afirmou em uma entrevista à CNN.

"É hora de que concordem e façam o último quarto do caminho, porque nós já fizemos três quartos", disse o ministro grego.


- 3 de julho: "O maior fracasso da História"

"Temos um sistema de governança muito ruim na Europa", disse à BBC. "Esta não é uma boa forma de dirigir uma união monetária. É uma piada. É um circo de horrores que se mantém há cinco anos".

"O programa que impuseram neste país e que querem continuar aplicando vai ser lembrado como o maior fracasso da história econômica", disse em referência à política de austeridade imposta a Atenas.


- 4 julho: "Terrorismo"

"O que fazem com a Grécia tem um nome: terrorismo", disse Yanis Varoufakis, em uma entrevista ao jornal espanhol El Mundo.

"Por que nos forçaram a fechar os bancos? Para difundir o medo nas pessoas. E quando se trata de espalhar o terror, esse fenômeno se chama terrorismo", declarou o ministro em referência à política do FMI, do BCE e da UE.


- 6 julho: "Orgulho"

No comunicado em que anunciou sua demissão afirmou que carregará com com "orgulho" o "ódio" dos credores.

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