Agência France-Presse
postado em 10/07/2015 09:03
Dezenas de milhares de iranianos se manifestaram nesta sexta-feira (10/7) no tradicional Dia de Jerusalém, em apoio aos palestinos, ao mesmo tempo em que condenaram a campanha militar saudita contra os rebeldes no Iêmen.Tanto em Teerã quanto em outras cidades iranianas foram ouvidos os clássicos gritos de "Morte a Israel" e "Morte à América", segundo as imagens divulgadas pela televisão estatal.
Mas a revolta também se estendia neste ano contra a Arábia Saudita, que lidera desde o fim de março uma campanha aérea contra os rebeldes xiitas huthis que controlam uma parte do Iêmen.
Leia mais notícias em Mundo
O principal slogan da manifestação, organizada pelas autoridades, era: "Contra a ignorância moderna que mata as crianças de Gaza, e no Iêmen", e convocava os participantes a lançar pedras nas bandeiras israelense, americana e britânica.
Um grupo de manifestantes também ateou fogo contra uma representação do grupo jihadista radical Estado Islâmico (EI) com a mensagem "Fantoche dos sauditas".
Os manifestantes também podiam fazer doações para apoiar a população iemenita, num momento em que a ONU anunciou uma trégua de seis dias a partir do fim desta sexta-feira para permitir que os serviços de emergência cheguem ao civis vítimas do conflito.
As relações entre o reino saudita, de confissão sunita, e a potência iraniana, xiita, são extremamente tensas desde o início dos ataques aéreos, que têm por objetivo evitar que os rebeldes tomem o controle total do Iêmen.
O Irã, que não reconhece a existência de Israel, apoia militar e financeiramente os grupos islamitas palestinos em sua luta contra o Estado hebreu. Teerã fornece ao Hamas e à Jihad Islâmica a tecnologia necessária para fabricar mísseis de um alcance de 75 km, capazes de alcançar cidades israelenses.
Neste ano, a manifestação coincide com as difíceis negociações entre o Irã e o grupo 5%2b1 (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França, além da Alemanha) em Viena, nas quais se busca um acordo final sobre o programa nuclear iraniano.
O Irã celebra todos os anos, na última sexta-feira do mês do Ramadã, este Dia de Al Quds (Jerusalém em árabe), desde a Revolução Islâmica de 1979 para apoiar a causa palestina.