Agência France-Presse
postado em 11/07/2015 11:28
Chade - Um suicida disfarçado de mulher matou pelo menos 14 pessoas ao detonar os explosivos presos ao corpo no mercado central de N;Djamena, a capital de Chade, um país muito envolvido na luta contra os islamitas nigerianos de Boko Haram."O balanço provisório é de 14 mortos e 74 feridos. Nove mulheres e cinco homens morreram, incluindo um policial", afirmou à AFP o porta-voz da polícia nacional, Paul Manga. O suicida também morreu na explosão.
O ataque não foi reivindicado até o momento, mas uma fonte policial entrevistada pela AFP disse que "não existe dúvida de que é o Boko Haram", grupo que reivindicou os atentados que deixaram 38 mortos em meados de junho em N;Djamena.
Neste sábado (11), um homem vestido de mulher, com o rosto escondido em um véu integral "tentou entrar no mercado e foi interceptado por policiais, que pediram que ele retirasse o véu. Neste momento ele ativou o cinturão (de explosivos)", afirmou o porta-voz da polícia.
A cabeça do homem-bomba foi encontrada no local do atentado e as autoridades exibiram aos jornalistas. Após os atentados de junho, o Chade proibiu o véu islâmico integral (niqab) e bombardeou posições do Boko Haram na Nigéria. Na área do atentado deste sábado, os comerciantes abandonaram suas mercadorias em meio ao pânico.
As forças de segurança do Chade isolaram o bairro, que fica no centro da capital, e o primeiro-ministro Kalzeube Pahimi Deubet convocou um Conselho de Segurança. O exército do Chade está na linha de frente da operação militar regional contra os insurgentes do Boko Haram, que intensificaram os atentados suicidas nas últimas semanas no nordeste da Nigéria.
Na manhã deste sábado, dois homens-bomba mataram duas pessoas em uma estação de ônibus em Maiduguri (nordeste). Onze pessoas morreram na sexta-feira à noite em um ataque de combatentes do grupo islamita Boko Haram em um vilarejo remoto do nordeste da Nigéria, informaram à AFP habitantes e um integrante de uma milícia civil.
"Perdemos 11 pessoas e quase metade de nosso vilarejo foi incendiado", afirmou Kyari Sanda, morador de Ngamdu, a 100 km ao sul de Maiduguri, no estado de Borno. O grupo islamita opera desde 2009 na Nigéria, onde a insurreição e a repressão deixaram mais de 15.000 mortos. Nos últimos 10 dias, pelo menos 280 pessoas morreram em ataques islamitas, explosões e atentados suicidas.