Em 16 de julho de 1945, a detonação da primeira bomba atômica em um campo de testes deu início a uma nova dinâmica internacional. Menos de um mês após a explosão do Projeto Manhattan, conduzida por militares americano em Los Alamos (Novo México), as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki testemunharam o horror da energia nuclear, que se tornou o principal elemento no jogo de poder entre Estados Unidos e União Soviética (URSS) durante quatro décadas de Guerra Fria. Passados 70 anos, as tensões entre EUA e Rússia ; hoje dois importantes parceiros do Brasil ; despertam preocupações quanto a uma nova era de rivalidades e corrida armamentista.
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O discurso das autoridades russas e americanas se acirrou em meio à crise na Ucrânia e indica o nível de tensão entre as duas potências. Em documento divulgado no início do mês, o Departamento de Defesa aponta como prioridade para a estratégia dos EUA o desafio representado pelos jihadistas do Estado Islâmico e por ;Estados revisionistas, como a Rússia;. A visão de que Moscou representa a ;maior ameaça para a segurança; foi reforçada, em audiência no Senado, pelo general Joseph Dunford, indicado pela Casa Branca para ser o próximo chefe do Estado-Maior.
Do lado russo, são constantes as críticas às sanções econômicas impostas pelos EUA e pela Europa. O presidente Vladimir Putin chegou a afirmar que Washington tenta ;reformular o mundo inteiro; em benefício próprio e que seu país não necessita da ;permissão de ninguém; para conduzir a política externa. Além das insinuações de que responderá a qualquer ;ameaça;, Putin anunciou em junho a ampliação do arsenal atômico com 40 mísseis intercontinentais.
Fabiano Mielniczuk, especialista em política russa e professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio Grande do Sul, considera o cenário preocupante e sem perspectiva de distensão no curto prazo. ;A tendência é de que a situação não se resolva logo, devido ao problema no leste da Ucrânia e à eleição nos EUA. Os democratas teriam a possibilidade de atenuar um pouco o discurso contrário à Rússia, mas não devem fazê-lo, para evitar que os republicanos utilizem a ameaça russa como plataforma de campanha;, pondera.
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