Agência Estado
postado em 12/07/2015 10:56
Alguns dos ministros de Finanças da zona do euro têm exigido que o parlamento grego comece a implementar as medidas econômicas impopulares e os cortes antes de tomarem uma decisão sobre novos empréstimos à Atenas.Segundo o ministro de Finanças da Itália, Pier Carlo Padoan, o parlamento grego deveria implementar algumas das medidas prometidas já a partir desta segunda-feira.
"As negociações com a Grécia estão cada vez mais difíceis", disse o ministro de Finanças da Áustria, Hans J;rg Schelling, quando chegava para a reunião. Ele disse que a interrupção das negociações durante a noite permitiu novas propostas, mas advertiu que ainda não existe uma posição unificada entre os ministros.
Schelling disse também que os ministros de Finanças da zona do euro podem apresentar propostas alternativas sobre a possibilidade de dar à Grécia uma nova rodada de empréstimos.
Schelling levantou dúvidas de que se um novo acordo de resgate completo para a Grécia poderia ser concluído até 20 de julho, quando a Grécia tem que pagar 3,5 bilhões de euros em títulos e 700 milhões de euros em juros ao Banco Central Europeu (BCE).
"Nós temos que discutir como podemos chegar a um financiamento provisório", disse o ministro de Finanças da Áustria.
Se os ministros de Finanças não chegarem a uma decisão, como é provável, o bastão será entregue aos líderes da zona do euro, que terão uma reunião de emergência.
Os ministros de Finanças seguem relutantes para tomar uma decisão sobre o pedido da Grécia para um novo resgate - e, assim continuar na zona do euro -, apesar da promessa do governo grego de implementar a maioria das medidas exigidas pelos credores, o que mostra o quanto a confiança e a boa vontade têm sido corroídas há meses.
"O principal obstáculo para avançar é a falta de confiança", disse o ministro de Finanças da Itália.
O ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, um dos maiores críticos da Grécia, está mais pessimista. "Não é possível chegar a um acordo hoje", disse Kazimir a repórteres. Segundo ele, apenas o "fornecimento prévio" - aplicação precoce e rápida de cortes e revisões - poderiam reconstruir a confiança.
"Esta não é uma questão sobre se é democrático ou não. Isto é sobre a situação econômica", completou o ministro de Finanças da Eslováquia.
Já o comissário econômico da União Europeia foi mais otimista. "Espero chegar a um acordo, um bom negócio até o final do dia", disse Pierre Moscovici, explicando que tal acordo permitiria iniciar negociações sobre um novo pacote de ajuda financeira.
Ele se opôs a uma saída da Grécia da zona do euro. "O futuro da Grécia é na zona do euro", disse ele. Fonte: Dow Jones Newswires.