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Israel detém novamente palestino Khader Adnan

A porta-voz precisou que não se trata de uma prisão, mas "de uma interpelação em vista de uma investigação sobre a infração cometida por Khader Adnan"

Agência France-Presse
postado em 13/07/2015 16:30
A polícia israelense prendeu nesta segunda-feira (13/7) em Jerusalém o palestino Khader Adnan, que foi libertado no domingo por Israel após uma longa greve de fome que fez dele o símbolo da luta contra a detenção administrativa, uma prisão sem julgamento.

"Khader Adnan foi preso porque ele não tinha o direito de estar na cidade velha de Jerusalém, cujo acesso não é permitido aos palestinos da Cisjordânia com menos de 50 anos, quando ele tem apenas 37 anos", indicou à AFP a porta-voz da polícia Luba Samri.

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A porta-voz precisou que não se trata de uma prisão, mas "de uma interpelação em vista de uma investigação sobre a infração cometida por Khader Adnan".

Um outro porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, acrescentou que o palestino é "um ativista da Jihad Islâmica e que por isso é proibido de entrar em território israelense".

Israel considera a Jihad Islâmica como uma "organização terrorista".

Autoridades dos serviços de segurança palestinos confirmaram que Khader Adnan foi detido quando ia à Esplanada das Mesquitas, o terceiro local sagrado do Islã para a "Noite do Destino", a mais sagrado do mês de jejum do Ramadã.

Adnan, 37 anos, estava preso há um ano no regime de detenção administrativa, que permite uma reclusão por períodos de seis anos renováveis de maneira indefinida.

O palestino interrompeu a greve de fome no fim de junho, depois de um acordo entre seu advogado e as autoridades penitenciárias israelenses e foi transferido a um hospital.

Adnan foi detido pouco depois do sequestro e assassinato de três jovens israelenses, crimes que provocaram centenas de detenções de palestinos na Cisjordânia ocupada.

Em 2012, ele permaneceu 66 dias em greve de fome - tomou apenas vitaminas e sal - para denunciar sua detenção e foi libertado. Na segunda greve de fome, o palestino apenas bebeu água.

Atualmente, dos 5.686 prisioneiros palestinos em prisões israelenses, 379 se encontram em detenção administrativa, segundo cifras israelenses.

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