Agência France-Presse
postado em 14/07/2015 12:06
Luneburgo, Alemanha - O ex-contador do campo de concentração de Auschwitz Oskar Gr;ning, julgado por cumplicidade no assassinato de 300 mil judeus, pediu de novo desculpas nesta terça-feira (14/7), um dia antes do veredicto do provável último nazista alemão. "Auschwitz é um lugar onde ninguém deveria ter estado", declarou o acusado de 94 anos, depois de quase três meses de julgamento em Luneburgo (norte)."Estou consciente disso. Lamento sinceramente não ter me dado conta disso antes e de maneira mais consequente. Sinto profundamente", declarou o ex-membro das SS, que assumiu no início do processo sua "falta de moral" e pediu perdão às vítimas. A defesa pediu sua absolvição, insistindo no fato de que Gr;ning, que tinha 23 anos na ocasião, era encarregado de tarefas administrativas e que seu papel foi mínimo.
[SAIBAMAIS]A promotoria pediu uma pena de três anos e meio de prisão para Oskar por "cumplicidade" na eliminação de 300 mil judeus nas câmaras de gás. O promotor de Hanover, Jens Lehmann, levou em consideração a "contribuição menor" de Groning e o "número quase inimaginável de vítimas" para solicitar a pena de três anos e seis meses de prisão.
Durante o processo, as testemunhas falaram sobre o inferno dos campos de concentração e extermínio. O contador de Auschwitz pode ser condenado a uma pena de três a 15 anos de prisão, mas o promotor optou por solicitar apenas um pouco mais que o mínimo. Oskar Groning é acusado de ter participado na "Operação Hungria", iniciada em 1944 e que seguiu até o fim da Segunda Guerra Mundial, ação que terminou com a morte de 300 mil judeus procedentes da Hungria nos campos de concentração.
O promotor insistiu na "contribuição subalterna" do ex-contador do campo de extermínio e destacou a constante vontade de explicação do réu. Groning é acusado de ter "ajudado o regime nazista a obter benefícios econômicos do extermínio", enviando o dinheiro dos deportados a Berlim e, sobretudo, de ter participado na "seleção" dos deportados aptos para o trabalho e dos que eram imediatamente exterminados.
Antes de justiça entrar em ação, Oskar Groning falou de maneira espontânea sobre seu passado nazista em várias entrevista. Durante o julgamento, Groning declarou que havia cometido uma "falha moral".