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Italianos protestam contra a presença de imigrantes ilegais no país

A prefeitura romana denunciou os grupos extremistas por fomentar um clima de rejeição e ódio aos imigrantes que fogem da África e do Oriente Médio

Agência France-Presse
postado em 17/07/2015 14:37

Roma, Itália - Manifestantes entraram em confrontos com a polícia durante protestos contra a presença de imigrantes ilegais nesta sexta-feira (17/7) em Roma e Treviso (norte), segundo fontes policiais.

Em Roma, no bairro de Casale San Basilio, ao norte da capital, quatro policiais ficaram feridos, informou o jornal La Repubblica.

As hostilidades começaram durante o translado de um grupo de cerca de vinte imigrantes para uma escola local, gerando protestos dos moradores apoiados por militantes de extrema-direita do movimento Casa Pound.

"Nós não os queremos", "tememos por nossas mulheres", gritavam os manifestantes, enquanto um grupo de mulheres em fila indiana impedia a passagem do ônibus que transportava os imigrantes.

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A prefeitura romana denunciou os grupos extremistas por fomentar um clima de rejeição e ódio aos imigrantes que fogem da África e do Oriente Médio devido às crises política, social e econômica em seus países.

Na cidade de Quinto, na região de Vêneto, no norte, a chegada de 101 imigrantes, que deveriam ser acomodados em apartamentos vazios, desencadeou a fúria da população que queimou as camas, lençóis e cobertores destinados a eles.

"É uma invasão, vão embora", gritou um deles, segundo o jornal Il Corriere della Sera.

De acordo com o governador de Veneto, Luca Zaia, do partido anti-imigração Liga do Norte, "a região está africanizando. Não podemos instalar campos de refugiados perto de bairros com crianças", lamentou.

Enquanto governos e instituições tentam encontrar uma solução para acabar com as mortes no Mediterrâneo, o fluxo de imigrantes que se dirigem para a Itália continua.

A Itália recebeu desde o início do ano 80 mil imigrantes, principalmente da Eritreia e Síria, um país devastado pela guerra desde 2011.

A maioria das pessoas que chegam por via marítima à Europa são refugiados que procuram proteção da guerra e da perseguição.

As tragédias dos naufrágios registrados em abril levaram os líderes da União Europeia a acelerar as operações de busca e salvamento no Mediterrâneo, com 68 mortes em maio e 12 de junho.

O ministério do Interior italiano, ante o grande fluxo de imigrantes, decidiu distribuí-los por região, gerando mal-estar, especialmente entre os habitantes da península do norte e os subúrbios que se queixam da falta de serviços e que não estão dispostos a ajudar os estrangeiros e os refugiados.

A Lombardia, a região mais próspera da Itália, recebe 9% dos migrantes, Veneto 4%, Liguria 2%. A Sicília, que está entre os mais pobres, 22%, segundo dados divulgados em junho.

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