Agência France-Presse
postado em 22/07/2015 11:35
Bruxelas, Bélgica - A Comissão Europeia quer fechar o acordo para um terceiro resgate financeiro à Grécia durante a segunda quinzena de agosto, indicou nesta quarta-feira (22/7) o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, acrescentando que as negociações neste sentido já começaram.[SAIBAMAIS]O memorando de entendimento (MOU, sigla em inglês) que está sendo elaborado define as medidas que a Grécia deverá implementar durante os três anos que durar o resgate. O governo grego também espera concluir a negociação antes de 20 de agosto, dia em que deve pagar 3,19 bilhões de euros ao Banco Central Europeu.
Em setembro, tem outro vencimento de 1,5 bilhão de euros que deve ao Fundo Monetário Internacional. Hoje, o parlamento examina um segundo pacote que inclui a introdução da diretriz europeia de 2013, adotada após a crise no Chipre, que garante os depósitos bancários de até 100.000 euros, bem como uma reforma do código civil para simplificar e acelerar a justiça reduzindo os custos.
O sindicato Adedy anunciou uma manifestação em frente ao parlamento. Após a votação de quarta-feira, o governo quer retomar imediatamente as negociações com os seus credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), que deve se estender "no máximo" até 20 de agosto, segundo indicou a porta-voz do governo, Olga Gerovassili, em um comunicado.
Esta votação representa um novo teste para o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras, do partido Syriza. Mais de um quinto dos deputados do partido se opuseram ao primeiro pacote de medidas impostas pelos credores e aprovado na semana passada graças aos votos da oposição de direita e socialista.
Os analistas acreditam que o governo de coalizão do Syriza e dos gregos Independentes (um pequeno partido nacionalista) poderá ser forçado a convocar eleições antecipadas nos próximos meses caso as deserções dentro do Syriza continuem.
Tsipras, que realizou uma remodelação em seu governo há quatro dias, quer continuar o seu mandato com um "governo minoritário" para garantir o acordo sobre um novo resgate de sua economia (o terceiro depois dos de 2010 e 2012), assinado em 12 de julho, em Bruxelas entre Atenas e os países da zona do euro.