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Identidade de atirador que matou duas pessoas nos EUA é mantida em segredo

Duas pessoas morreram e outras sete ficaram feridas no ataque dentro de uma sala de cinema na cidade de Lafayette, enquanto era exibida a comédia "Descompensada"

Agência France-Presse
postado em 24/07/2015 06:33

Washington, Estados Unidos - Um atirador abriu fogo em um cinema da Louisiana, no sul dos Estados Unidos, na noite desta quinta-feira, matando duas pessoas e ferindo outras sete antes de cometer suicídio, informou a polícia. Um homem branco de 58 anos, de acordo com as autoridades, atacou o cinema Grand 16 da cidade de Lafayette, durante a exibição da comédia Trainwreck (Descompensada, em tradução livre).

Policiais na entrada de cinema: esquadrão antibombas foi chamado para investigar um veículo que supostamente pertencia ao atirador

Segundo o oficial da polícia Jim Craft, "o agressor morreu ao atirar contra o próprio corpo, depois de ter descarregado sua arma várias vezes". Segundo a imprensa local, o esquadrão antibombas foi chamado para investigar um veículo que supostamente pertencia ao atirador. O chefe de polícia Mike Edmonson disse que o atirador agiu sozinho e já foi identificado, mas se recusou a revelar sua identidade para não prejudicar as investigações.

[SAIBAMAIS]Imagens da TV mostraram dezenas de veículos da polícia e ambulâncias diante do cinema em Lafayette, cidade com cerca de 120 mil habitantes. Testemunhas revelaram que no momento do ataque havia cerca de 100 pessoas no cinema.

Em pronunciamento à impressa, o governador da Lousiana e pré-candidato republicano à Casa Branca, Bobby Jindal, disse que saber desses atos insensatos de violência deixam as pessoas furiosos e tristes ao mesmo tempo. "Lafayett é uma comunidade forte", continuou o governador, "esta é uma noite horrível para os Estados Unidos".

Jindal se reuniu com algumas das vítimas em um hospital local e elogiou seu heroísmo. O governador comentou que uma professora se lançou diante de sua amiga para protegê-la das balas. A amiga foi atingida por um tiro na perna, mas ela "teve o sangue frio" para ativar o alarme de incêndio em um esforço para prevenir outras pessoas sobre o perigo que corriam. Três dos nove feridos que estão sendo atendidos no hospital estão em estado grave, informou. Os outros apresentam ferimentos que não colocam suas vidas em risco.



O tiroteio ocorre no momento em que um juri do estado do Colorado delibera sobre se condena à morte James Holmes, autor do massacre no cinema de Aurora, que deixou 12 mortos e 70 feridos em julho de 2012, durante sessão do filme "Batman - o cavaleiro das trevas ressurge". O ataque em Lafayette acontece quase exatamente três anos após o massacre em Aurora.

Noite horrível

"Foi uma loucura, um caos por todo lado", disse à CNN Jacob Broussard, uma testemunha. Broussard assistia a um filme quando a sirene de alarme soou e as luzes da sala se acenderam. Uma voz pediu através dos alto-falantes que as pessoas evacuassem o edifício o mais rápido possível. Quando saiu da sala, Broussard ouviu três disparos. Ao sair dali viu uma mulher sangrando em uma perna e soube que algo horrível havia ocorrido.


A comediante Amy Schumer, que protagoniza o filme "Trainwreck", ofereceu rapidamente suas condolências às vítimas do ataque. "Meu coração está partido e todos os meus pensamentos e orações estão com cada um na Louisiana", escreveu Schumer na rede social Twitter.

Frustração de Obama


De forma quase simultânea ao tiroteio, a rede de televisão britânica BBC transmitia na madrugada desta sexta-feira uma entrevista com o presidente americano Barack Obama, na qual ele expressava sua frustração por não ter conseguido a aprovação no Congresso de uma lei que regule as armas de fogo no país.

Obama comparou o número relativamente baixo de americanos vítimas do terrorismo em seu país desde os atentados de 11 de setembro com o muito mais elevado número de mortos por armas de fogo. "Se observarem o número de americanos mortos desde 11 de setembro pelo terrorismo, são menos de 100. Se observarem o número de pessoas mortas pela violência devido às armas de fogo, estão nas dezenas de milhares", afirmou. "E não ter sido capazes de resolver este problema é angustiante para nós. Mas não é algo que eu tenha a intenção de deixar de trabalhar nos 18 meses que me restam" antes do fim do mandato, disse.

O presidente, que estava viajando rumo ao Quênia quando ocorreu o incidente fatal, pediu que sua equipe o mantivesse informado sobre a investigação do episódio e a condição dos feridos, três dos quais estão em estado grave. A Casa Branca também informou que os pensamentos e orações do presidente estão com a comunidade de Lafayette, e especialmente com as famílias das vítimas.

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