Agência France-Presse
postado em 24/07/2015 10:41
O presidente americano Barack Obama chega hoje (24/7) à Nairóbi, Quênia, e prentende conversar com o presidente do Quênia e seu colega, Uhuru Kenyatta, sobre temas econômicos, luta contra o terrorismo, democracia e respeito aos direitos humanos durante sua visita ao Quênia neste fim de semana.[SAIBAMAIS]ECONOMIA
Oficialmente, Barack Obama viaja ao Quênia para dar um discurso em uma cúpula internacional sobre negócios no sábado na capital, no qual destacará "os avanços e o potencial" do país, segundo o presidente queniano.
Também está previsto que Washington e Nairóbi assinem vários acordos referentes ao setor das infraestruturas e da saúde durante a visita. A intensificação dos investimentos e das relações comerciais tomarão conta da maior parte dos encontros bilaterais de sábado. Os Estados Unidos são o segundo sócio comercial do Quênia, atrás da União Europeia.
Embora o Quênia tente fomentar os investimentos estrangeiros, o país ainda arrasta uma má reputação por sua corrupção, ocupando a posição 145 de 175 no índice estabelecido pela ONG Transparência Internacional.
TERRORISMO
A segurança e a luta contra o terrorismo serão uma questão central das discussões com Obama, disse Kenyatta, lembrando que seu país "trabalha em estreita cooperação com os serviços americanos" para combater a ameaça do Al-Shebab, um grupo islamita somali filiado à Al-Qaeda.
O Quênia foi fortemente atingido pelo fundamentalismo islâmico desde 1998, ano em que o grupo Al-Qaeda atacou a embaixada americana em Nairóbi matando 224 pessoas.
Em 2011, as tropas quenianas entraram na Somália para combater os shebab e posteriormente se uniram à Amisom (a força da União Africana) em apoio ao governo somali contra o terrorismo. Como resposta a esta participação, os shebab intensificaram suas operações no Quênia, com ataques espetaculares como o do centro comercial Westgate de Nairóbi, em setembro de 2013 (67 mortos), ou o da universidade de Garisa (148 mortos) em abril.
DIREITOS HUMANOS
A agenda das discussões também inclui questões relacionadas ao respeito à democracia, e as autoridades americanas já deixaram claro que a promoção dos direitos humanos será um ponto chave.
Obama planeja se reunir com representantes de duas ONGs muçulmanas incluídas em uma lista de organizações acusadas de apoiar o terrorismo após o ataque em Garissa. Um ponto de fricção neste tema pode ser a questão dos direitos dos homossexuais. O vice-presidente queniano, William Ruto, é abertamente homofóbico. Kenyatta declarou que os direitos dos homossexuais "não são um problema para as pessoas deste país" e não estarão no programa.
JUSTIÇA
Segundo Uhuru Kenyatta, Obama também se reunirá com Ruto, acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade após os episódios de violência pós-eleitorais do Quênia de 2007.
A visita de Obama ao Quênia foi dificultada durante muito tempo pela acusação contra o próprio Kenyatta pelo TPI. As investigações foram abandonadas em dezembro devido, segundo os promotores do TPI, à obstrução do governo de Nairóbi. O fato de não ter sido feita justiça com as vítimas daqueles acontecimentos de 2007 também pode ser abordado nos dias posteriores.