Agência France-Presse
postado em 24/07/2015 13:07
O presidente de Burundi, Pierre Nkurunziza, foi reeleito para um controvertido terceiro mandato, anunciou a comissão eleitoral. Eleito em 2005 e em 2010, o candidato venceu as eleições no primeiro turno com 69,41% dos votos.
[SAIBAMAIS]O anúncio de sua candidatura em abril, que a oposição considerava anticonstitucional, provocou uma série de manifestações que durou meses, em muitas ocasiões com disparos de armas de fogo, que deixaram mais de 80 mortos. Vários meios de comunicação privados foram silenciados e muitos jornalistas e opositores tiveram que passar à clandestinidade ou se exilar.
Os Imbonerakure, organização juvenil do partido governante CNDD-FDD, classificados de milícia pelas Nações Unidas, instauraram um clima de intimidação.
A União Europeia e outros países estimaram que este clima impossibilitava a realização de eleições confiáveis e ameaçaram congelar a cooperação se as autoridades não adiassem novamente a eleição, já postergada em duas ocasiões. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou as autoridades a fazer todo o possível para manter a segurança e a paz durante as eleições.
Este pequeno país africano dos Grandes Lagos já tinha dificuldade para se recuperar de uma longa guerra civil e de uma história pós-colonial caracterizada pelos golpes de Estado e massacres entre hutus e tutsis. O governo frustrou em maio uma tentativa de golpe de Estado militar e colocou fim em junho, mediante uma brutal repressão, a um mês e meio de manifestações quase diárias em Buyumbura.