Nova York, Estados Unidos - A missão de observadores das Nações Unidas concluiu nesta segunda-feira (27/7) que a eleição presidencial no Burundi transcorreu em calma, mas que não foi livre ou confiável.
Em seu relatório preliminar publicado nesta segunda, os observadores enfatizam que a eleição foi marcada por obstáculos à liberdade de expressão, reunião e associação e que a imprensa sofreu severas restrições.
Em sua visita ao Quênia, o presidente Barack Obama também denunciou no sábado que a eleição presidencial no Burundi "não foi confiável".
"As recentes eleições (no Burundi) não foram confiáveis. Fazemos um apelo ao governo e à oposição para que se reúnam para um diálogo que leve a uma solução política para a crise e que evite a perda de mais vidas inocentes", disse Obama após sua reunião com o presidente queniano, Uhuru Kenyatta.
O principal opositor burundinês, Agathon Rwasa, afirmou à AFP que não reconhece o resultado das eleições conquistadas pelo presidente em fim de mandato Pierre Nkurunziza e pediu novas eleições.
Rwasa, que chegou na segunda posição nas eleições de terça-feira, não descartou a ideia de um governo de unidade nacional, cuja principal missão seja a preparação de "eleições livres e democráticas".
Nkurunziza, que conquistou na última terça-feira seu terceiro mandato consecutivo, desencadeou uma onda de protestos depois de anunciar sua candidatura às eleições presidenciais em abril.
Sua vitória no primeiro turno, com 69,41% dos votos, pode gerar duras sanções contra o país, localizado na instável região dos Grandes Lagos.
A repressão aos protestos contra Nkurunziza deixou mais de 100 mortos desde o fim de abril. Além disso, estima-se que 150.000 pessoas tenham fugido do país.
Em meados de maio, um grupo de generais rebeldes tentou dar um golpe de Estado, após o qual se entrincheiraram no norte do país, onde atuam como guerrilha.