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Tribunal condena à morte filho de ex-ditador da Líbia e mais 8

Os réus são acusados de crimes como assassinato e cumplicidade na incitação ao estupro durante a revolta



Disputas em tordo de Seif al Islam

Seif al Islam não acompanhou o julgamento na capital líbia porque está preso na cidade de Zintan (sudoeste), nas mãos de uma milícia contrária às autoridades de Trípoli. O caso também foi marcado por uma disputa não resolvida com o Tribunal Penal Internacional de Haia, que reivindica sua jurisdição no caso.

A milícia que mantém Seif al Islam preso é leal ao governo reconhecido internacionalmente, que em agosto de 2014 precisou se refugiar em Tobruk (leste) quando uma coalizão de milícias tomou o poder em Trípoli. A maioria dos demais acusados estavam na capital, e outros na terceira cidade do país, Misrata, leal às autoridades de Trípoli.

O Conselho de Segurança da ONU confiou o conflito líbio ao TPI em fevereiro de 2011, em meio à repressão do regime de Kadhafi contra um levante popular encorajado pela Primavera Árabe, que acabava de derrubar os presidentes de Tunísia e Egito.

Os promotores do Tribunal consideram que Seif al Islam formava parte do círculo mais íntimo de seu pai, e que "concebeu e dirigiu um plano para dissuadir e colocar fim por todos os meios às manifestações civis contra o regime de Kadhafi". O Tribunal com sede em Haia acusa Seif al Islam de crimes de guerra e contra a humanidade. Desde sua captura, em novembro de 2011, um mês depois da morte de seu pai, o TPI pediu sua extradição, até o momento em vão.