Washington, Estados Unidos - O chefe do Pentágono, Ashton Carter, denunciou nesta quarta-feira (29/7) ante o Congresso americano "a atividade maligna" do Irã no Oriente Médio, no que parece ser uma tentativa de apaziguar os legisladores que se opõem ao acordo nuclear concluído recentemente com Teerã.
Os principais líderes do governo dos Estados Unidos têm se dedicado a defender o acordo histórico, selado em 14 de julho em Viena entre as grandes potências e o Irã, perante vários comitês do Senado e da Câmara dos Deputados.
Carter falou perante o comitê de Defesa do Senado, presidido pelo senador John McCain, junto com o secretário de Estado John Kerry e os secretários de Energia e Tesouro, Jack Lew e Ernest Moniz, além do chefe do Estado Maior do Exército, O general Martin Dempsey.
"Continuamos (...) a nos opor à atividade maligna do Irã", afirmou Carter, como já havia dito há uma semana em Israel e na Arábia Saudita.
"Mantemos uma posição militar forte para evitar qualquer agressão, reforçar a segurança dos nossos amigos e aliados na região, especialmente Israel, para assegurar a liberdade de navegação no Golfo e monitorar a influência nociva do Irã", argumentou o chefe do Pentágono, denunciando o apoio militar de Teerã ao regime sírio ou ao Hezbollah xiita libanês, entre outros.
No entanto, Carter defendeu o acordo alcançado em Viena, chamando-o de um "bom acordo, porque impede o Irã, de maneira completamente e verificável, de adquirir uma arma nuclear".
"É um acordo que não impede que o futuro presidente adote outras opções", disse o secretário de Defesa, referindo-se a um possível uso da força contra o Irã se a República Islâmica não cumprir os seus compromissos.
O texto de Viena foi concluído em 14 de julho, após 20 meses de intensas negociações entre o Irã e o grupo 5%2b1 (França, Reino Unido, China, Rússia, Estados Unidos e Alemanha). Estes países concordaram em levantar progressivamente as sanções internacionais em troca de garantias de que Teerã não buscará uma arma atômica.
Mas o acordo tem sofrido com a oposição de muitos no Congresso americano, onde será votado em setembro.