Agência France-Presse
postado em 30/07/2015 09:06
O artista dissidente chinês Ai Weiwei afirmou nesta quinta-feira que a Grã-Bretanha lhe negou um visto de seis meses, limitando-o a três semanas, dando como explicação que teria omitido em sua demanda uma condenação judicial. [SAIBAMAIS]O artista contemporâneo chinês mais conhecido no exterior recuperou seu passaporte na semana passada, depois que as autoridades chinesas o retiraram durante quatro anos, e se apressou em pedir vistos à Alemanha e ao Reino Unido, dois países onde já expôs suas obras.
Ai Weiwei obteve rapidamente um visto de quatro anos, de múltiplas entradas, das autoridades alemãs, e seu amigo Liu Xiaoyuan, conhecido defensor dos Direitos Humanos na China, publicou nesta quinta-feira uma foto do artista embarcando em um voo da Lufthansa. Mas os trâmites foram aparentemente mais difíceis com Londres, onde o governo conservador de David Cameron tenta esquecer o esfriamento das relações entre China e Grã-Bretanha, que começaram em 2012 após o encontro de Cameron com o Dalai Lama.
Ai Weiwei divulgou nesta quinta-feira em sua conta do Instagram uma carta procedente do serviço de vistos da embaixada do Reino Unido em Pequim, que menciona que era de notoriedade pública que o artista havia sido condenado pela justiça chinesa. "Não declarou", dizia a carta, ressaltando que em consequência o artista receberá simplesmente de forma excepcional um visto de 20 dias em setembro.
Ai Weiwei reagiu nas redes sociais afirmando "não ter sido nunca indiciado ou condenado" e afirmando que os serviços britânicos "insistiram na veracidade de suas fontes e se negaram a revisar o assunto". A curta duração da estadia na Grã-Bretanha concedida ao artista garante, assim, que Weiwei não esteja mais em Londres durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, em outubro.