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Número gravado em destroço confirma que aeronave era um Boeing 777

Malásia diz que mistério de voo MH370 está perto de ser resolvido

Saint-André, França - Os funcionários australianos responsáveis pela busca do Boeing 777 desaparecido em março de 2014 disseram nesta sexta-feira (31/7) estar cada vez mais convencidos de que o fragmento de asa encontrado na ilha francesa de Reunião pertence ao avião. A peça de dois metros de comprimento, encontrada na quarta-feira, será enviada nesta sexta-feira a um laboratório de análises perto da cidade francesa de Toulouse (sudoeste), para ser estudada na próxima semana, segundo uma fonte francesa próxima à investigação.



Garrafas asiáticas
O ministro australiano dos Transportes, Warren Truss, mostrou-se, por sua vez, menos otimista e considerou quase impossível encontrar os destroços do avião a partir do fragmento achado devido "aos caprichos das correntes". Dezenas de curiosos e jornalistas se dirigiram nesta sexta-feira à praia onde uma associação encarregada de limpar o litoral encontrou o pedaço da asa, segundo uma repórter da AFP. O mar depositou nesta semana outros resíduos neste mesmo local.

Após a descoberta de um pedaço de mala marrom na quinta-feira, os agentes da brigada de transportes aéreos da gendarmaria francesa recuperaram duas garrafas de origem asiática: uma de detergente na qual é possível ler "Jacarta Indonésia" e outra de água mineral com ideogramas. "Vim ver as equipes de limpeza nesta manhã e encontrei esta garrafa (de detergente)", contou Philippe Sidam, presidente da associação 3E. "Pensei que poderia ser parte do avião", acrescentou.

Romain Pénel, que encontrou a garrafa de água "Nongfuspring", afirmou que se trata de uma marca chinesa. Nenhum rastro do MH370 havia sido encontrado desde 8 de março de 2014, apesar das intensas buscas dirigidas pela Austrália no sul do oceano Índico, onde satélites registraram os últimos sinais emitidos pelos sistemas de comunicação da aeronave.

A explicação mais plausível do ocorrido, segundo os responsáveis pela investigação, é que uma queda brusca do nível de oxigênio da aeronave deixou a tripulação e os passageiros inconscientes. O avião teria passado a voar no piloto automático até sua queda no mar por falta de combustível.

Depois de vários alarmes falsos, as famílias dos desaparecidos duvidam das autoridades dos países envolvidos nos trabalhos de busca. O acidente gerou todo tipo de especulações sobre o destino do avião, de uma falha mecânica ou estrutural a um ato terrorista. Em 29 de janeiro, a Malásia declarou oficialmente que o desaparecimento havia sido um acidente e que os passageiros eram dados como mortos, provocando a ira de suas famílias.