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Polícia prorroga prisão de autor de ataque na Parada Gay de Jerusalém

Shlissel foi solto da prisão há três semanas, depois de cumprir uma pena de dez anos por ataque semelhante

Jerusalém - A prisão de um judeu ultraortodoxo, que na véspera feriu a facadas seis participantes em um desfile do Orgulho Gay em Jerusalém, será prolongada por 12 dias, anunciou a polícia israelense nesta sexta-feira (31/7). A rádio pública disse que Yishai Shlissel, um colono do assentamento ultraortodoxo de Modiin Illit na Cisjordânia ocupada, foi declarado em seu perfeito juízo pelo juiz e que negou a assistência de um advogado.



O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou o ataque. "Este é um incidente muito sério. Seu autor será julgado. O Estado de Israel respeita a liberdade de cada um, que é um princípio fundamental em vigor no nosso país. Temos de garantir que todos os homens e mulheres vivam com segurança da maneira que escolher", declarou. Em nota, os dois Grandes Rabinos de Israel, David Lau e Yitzhak Yossef, condenaram a agressão, ressaltando que "vai de encontro à Torah".

O presidente Reuven Rivlin se indignou contra "um aumento da intolerância, o que pode nos levar à catástrofe". Um dos líderes da comunidade LGBT em Jerusalém, Tom King, denunciou "a campanha de ódio conduzida em Jerusalém e contra a qual o governo nada fez durante anos". "Esperamos que essa tragédia ajude a mudar a situação", acrescentou.

A comunidade homossexual israelense foi atingida em 2009, quando um homem abriu fogo em um centro de apoio à juventude gay em Tel Aviv. Duas pessoas foram mortas, e 15 ficaram feridas. O autor do ataque não foi preso. Expostos à hostilidade de uma grande parte da comunidade ultraortodoxa, os organizadores da marcha traçaram junto com a polícia um trajeto, evitando os bairros religiosos da cidade.