Agência France-Presse
postado em 31/07/2015 13:28
Londres, Reino Unido - A viúva do ex-espião Alexander Litvinenko, envenenado com um substância radioativa em Londres, declarou que a investigação britânica encerrada nesta sexta-feira (31/7) descobriu a verdade sobre o caso. Após o encerramento desta investigação, que reuniu provas desde janeiro e ouviu 62 testemunhas, o juiz responsável deverá elaborar um relatório com suas conclusões até o final deste ano.
Não haverá nenhuma condenação, mas servirá para estabelecer os fatos e, talvez, permitir a reabertura do caso. Marina Litvinenko declarou que seu marido, um desafeto e crítico do Kremlin, foi assassinado por agentes russos em um hotel de luxo em 2006 com a aprovação do presidente Vladimir Putin.
[SAIBAMAIS]Dmitry Kovtun e Andrei Lugovoi são procurados pela polícia britânica por ter supostamente envenenado Litvinenko no Hotel Millennium de Londres em 1; de novembro de 2006, depositando polônio 210, um isótopo radioativo, no chá da vítima. "Acredito que finalmente a verdade foi estabelecida. Os assassinos e aqueles que os contrataram foram desmascarados", afirmou Marina Litvinenko à imprensa. "Meu marido foi assassinado por agentes do Estado russo no primeiro ato de terrorismo nuclear nas ruas de Londres. Isto não teria ocorrido sem o conhecimento e consentimento do senhor Putin", sentenciou.
Litvinenko, um ex-agente do serviço de segurança russo FSB que trabalhava na época para o MI6 britânico, morreu em 23 de novembro em Londres após três semanas de dolorosa agonia. O ex-espião, primeira vítima de um assassinato radioativo, acusou o presidente russo Vladimir Putin de estar por trás de seu envenenamento. Moscou nega envolvimento no caso e rejeitou vários pedidos de extradição de Lugovoi
Durante as investigações, o advogado da viúva declarou que o motivo do assassinato era "uma combinação de vingança e a necessidade de evitar a divulgação de mais elementos incriminatórios sobre o crime organizado apoiado pelo Kremlin". Ele indicou ainda que o polônio usado para matar Litvinenko era "altamente concentrado e quase completamente puro". A única usina do mundo a produzir atualmente polônio de tal pureza está localizada em Avangard, a sudeste de Moscou.