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Novo líder talibã pede "unidade" em primeira mensagem de áudio

Na mensagem, Mansur também cita as negociações de paz iniciadas em julho com o governo afegão

Agência France-Presse
postado em 01/08/2015 08:42
Cabul, Afeganistão - O novo líder dos talibãs, o mulá Akhtar Mansur, pediu a unidade do grupo em sua primeira mensagem de áudio, divulgada no momento em que aumentam os rumores sobre uma suposta divisão após o anúncio da morte de seu antecessor, o mulá Omar.

"Deveríamos trabalhar todos para preservar a unidade, a divisão em nossas fileiras vai satisfazer apenas os nossos inimigos, e nos causará mais problemas", afirma na mensagem divulgada pelos talibãs, gravada imediatamente depois do anúncio de sua designação.

Na mensagem, Mansur também cita as negociações de paz iniciadas em julho com o governo afegão, mas sem revelar suas intenções.

Mansur era o braço direito do mulá Omar, mas aparentemente sua nomeação não foi um consenso.Alguns criticam a proximidade de Mansur com o Paquistão, enquanto outros gostariam de ver o filho de Omar, Yacub, como seu sucessor.

A decisão de nomear Mansur "foi tomada de forma apertada" em uma reunião da Shura (conselho) de Quetta, órgão central dos talibãs, que debate na cidade do sudoeste do Paquistão, segundo um integrante do organismo.

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"Vários membros do conselho, incluindo três membros fundadores dos talibãs, foram contrários", disse a fonte."Nosso objetivo é aplicar a sharia (lei islâmica) e a jihad continuará até que isto seja uma realidade", afirmou Mansur na mensagem, lida em pashtun, o idioma mais falado no Paquistão e no Afeganistão."O inimigo diz que existe um processo de paz. Como vocês sabem, o inimigo divulga muita propaganda", declara Mansur na mensagem de 33 minutos.

Na quarta-feira passada, o anúncio surpreendente da morte do mulá Omar, que aconteceu em abril de 2013, segundo o serviço de inteligência paquistanês, provocou o cancelamento de uma reunião entre os talibãs e o governo afegão, prevista para sexta-feira no Paquistão.

O objetivo da reunião era ajustar o diálogo iniciado em julho para negociar o fim do conflito, que começou em 2001, quando as tropas americanas derrubaram o governo talibã.

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