Karachi, Paquistão - As autoridades paquistanesas devem executar nesta terça-feira (3/8) Shafqat Husain, um condenado à morte convertido em símbolo da oposição à aplicação da pena capital no país, informaram seus advogados.
A ONU, a União Europeia e diversas ONGs denunciaram a volta das execuções, reinstauradas por Islamabad em nome da luta contra o terrorismo, depois do ataque dos talibãs contra uma escola em Peshawar (noroeste), que deixou 154 mortos em dezembro.
Desde o fim da moratória, o governo já enforcou 180 condenados dos 8.000 que se encontram presos no país. Muitos dos condenados nada têm a ver com o terrorismo.
Ante os protestos internacionais, as autoridades adiaram o prazo da execução de Shafqat Hussain, condenado pelo assassinato de um menino de 2004, para investigar qual era sua idade real no momento do crime, já que o Paquistão assinou convênios internacionais que o impedem de executar menores de idade.
Segundo a certidão de nascimento apresentada por seus advogados, Hussain, que se declara inocente, era um adolescente no momento dos fatos que lhe são imputados. Além disso, segundo um grupo de experts da ONU, seu processo não respeitou as normas internacionais.
Apesar de tudo, as autoridades planejam realizar o enforcamento do condenado.