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Japão reinicia primeiro reator nuclear após quatro anos de Fukushima

O governo conservador defende a reativação do setor nuclear especialmente por questões econômicas, diante do custo da energia importada

Agência France-Presse
postado em 11/08/2015 00:05
Um primeiro reator nuclear entrou em funcionamento nesta terça-feira no Japão, quatro anos após o acidente de Fukushima, que provocou o fechamento de todas as usinas nucleares no país a partir de setembro de 2013.

"O reator número 1 da central de Sendai (1.000 km a sudoeste de Tóquio) foi reiniciado às 10H30 local (22H30 de segunda)", anunciou a AFP uma porta-voz da companhia operadora Kyushu Electric Power.

O reator, de 31 anos, deve atingir sua plena capacidade operacional por volta das 23H00 (11H00 Brasília) e começar a gerar energia elétrica na sexta-feira, com a retomada da exploração comercial no início de setembro, informou a companhia.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou na noite de segunda-feira que a retomada é acompanhada de todas as medidas de segurança, que "devem ser a principal prioridade".

O governo conservador defende a reativação do setor nuclear especialmente por questões econômicas, diante do custo da energia importada. Mas a maioria da população questiona a validade da reativação, qualificada de "erro" por Naoto Kan, primeiro-ministro no momento do acidente de Fukushima e hoje um dos principais críticos da energia nuclear.

Um grupo de 200 pessoas - procedentes de várias regiões do Japão - protestou diante da entrada da central de Sendai aos gritos de "Contra as reativações", segundo a rede de TV estatal NHK. Na noite desta terça-feira deverá ocorrer outra manifestação, desta vez em frente à casa de Abe em Tóquio.

"O acidente de Fukushima ainda não foi resolvido e suas causas, elucidadas. Então, por que motivo vamos reativar um reator?" - questionou em Sendai um morador da prefeitura de Fukushima.

O reator reativado nesta terça foi colocado em operação em julho de 1984, sendo paralisado em maio de 2011 para a manutenção regular, mas as autoridades decidiram deixá-lo fora de operação após a adoção de normas de segurança mais severas devido ao desastre na central de Fukushima, em março de 2011, provocado por um tsunami.

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