postado em 11/08/2015 10:03
Myanmar repatriou 159 cidadãos de Bangladesh resgatados de barcos à deriva ao longo de sua costa no mês de maio, informaram hoje (11/8) as autoridades, de acordo com a agência France Presse. Este é o mais recente grupo a ser repatriado depois da crise de migrantes no sudeste asiático.Mais de 800 homens, mulheres e crianças foram resgatados dos barcos abandonados pelos contrabandistas na Baía de Bengala nos últimos meses, depois de a Tailândia ter aumentado o controle sobre as redes de tráfico humano e ter deixao imigrantes ao abandono em terra e no mar.
Isso conduziu a um longo processo de diálogo entre Myanmar e Bangladesh para determinar a nacionalidade dos migrantes, já que nenhum dos países queria aceitá-los inicialmente.
Na segunda-feira (10/8), as autoridades birmanesas (Myanmar também é conhecida como Birmânia) entregaram 159 pessoas a Bangladesh, segundo a imprensa estatal de Myanmar, que mostrava uma fila, formada sobretudo por jovens, atravessando uma ponte escoltados por soldados armados.
O processo de verificação dos migrantes ainda não foi concluído. ;Os demais 230 migrantes bengaleses serão transferidos assim que possível. Do lado de Bangladesh também ocorre um rigoroso processo de verificação;, disse um responsável governamental à agência.
O responsável disse que a partida dos últimos grupos atrasou por causa das inundações devastadores registadas em Myanmar nas últimas semanas. Outros grupos de migrantes regressaram a Bangladesh em junho e julho.
A operação contra as redes de tráfico humano na Tailândia, no início de maio desencadeou uma crise migratória, e vários barcos foram abandonados com milhares de migrantes nas águas da Indonésia, Malásia e Tailândia.
Mais de 5 mil bengaleses, da minoria étnica rohingya, desembarcaram desde então na Indonésia e Malásia, países que em 20 de maio se comprometeram a acolher todos os imigrantes à deriva no mar, desde que a comunidade internacional se comprometa a repatriá-los ou levá-los para um terceiro país no prazo de um ano. A etnia muçulmana rohingya é alvo de perseguição no oeste de Myanmar e também não é bem recebida em Bangladesh.