Porto Príncipe, Haiti - Várias organizações de defesa dos direitos humanos criticaram nesta terça-feira (11/8) a precariedade do processo nas eleições legislativas de domingo passado no Haiti, considerado não democrático.
Pierre Esperance, diretor-executivo da Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), disse nesta terça-feira que "o que ocorreu no dia 9 de agosto é uma mancha na democracia no Haiti. Os direitos dos haitianos foram violados".
Falando em nome das organizações haitianas dos direitos humanos, Esperance condenou a passividade das forças da ordem e denunciou que "com a cumplicidade da polícia e da justiça haitiana, indivíduos entraram nas zonas de votação com armas automáticas para impedir que os cidadãos votassem".
Após o fim da votação, na noite de domingo, Pierre-Louis Opont, presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), reconheceu que "4% das zonas eleitorais foram afetadas por atos de violência", mas se disse "globalmente satisfeito" com o primeiro turno das legislativas.
Duas pessoas foram mortas no domingo, em meio a diversos incidentes violentos que provocaram o fechamento antecipado de dezenas de centros de votação, segundo os partidos políticos.
"Visitamos seções eleitorais que eram realmente muito pequenas e onde, inevitavelmente, urnas e listas estavam sobre a mesma mesa", disse à AFP Elena Valenciano, chefe da missão de observação eleitoral da "União Europeia".
As legislativas de domingo foram as primeiras organizadas no Haiti desde a chegada ao poder do presidente, Michel Martelly, em maio de 2011. O segundo turno está previsto para 25 de outubro.