Washington, Estados Unidos - O magnata americano Donald Trump, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as primárias republicanas, insistiu nesta terça-feira (11/8) que mantém a porta aberta para uma candidatura presidencial independente.
O multimilionário deixou os espectadores do primeiro debate entre republicanos surpresos ao afirmar que não descarta se apresentar como candidato independente, caso não consiga indicação para disputar as eleições de 2016, um cenário de pesadelo para os republicanos.
Depois de vários dias de declarações polêmicas após o debate, incluindo uma série de comentários e tuítes que muitos consideraram sexistas e ofensivos, Trump voltou a falar da ideia de uma candidatura independente.
"Manteremos a porta aberta", afirmou em entrevista à Fox News.
"Quero me apresentar pelo Partido Republicano, mas quero manter essa porta aberta caso não seja tratado justamente", acrescentou.
Analistas e observadores políticos afirmam que uma candidatura independente de Trump seria um desastre para os republicanos porque provavelmente o voto conservador ficaria dividido, o que beneficiaria a provável candidata democrata Hillary Clinton.
A ex-secretária de Estado, por sua vez, foi muito crítica a Trump, alega que ele "passou dos limites" em suas agressões verbais contra uma jornalista.
A popular apresentadora da emissora Fox News, Megyn Kelly, fez perguntas incômodas da Trump durante o último debate, particularmente sobre os adjetivos "cachorras" e "porcas gordas", usados pelo magnata para se referir a mulheres.
Um dia depois, Trump declarou à emissora CNN que "podíamos ver sangue saindo dos seus olhos, sangue saindo do que quer que fosse dela", um comentários que muitos interpretaram como uma sugestão feita por Trump de que Kelly estaria menstruada.
As últimas pesquisas mostram que o multimilionário boquirroto continua na frente de seus concorrentes republicanos, ainda que com algumas sombras, pois parte dos eleitores parece estar cada vez mais incomodado com seu temperamento agressivo.
Uma nova pesquisa da Universidade de Suffolk, em Iowa, estado que enfrenta a primeira disputa presidencial no começo do ano que vem, é liderada por Trump, que tem 17% de apoio, seguido por Scott Walker, governador do estado vizinho do Wisconsin, com 12% e, em terceiro lugar, pelo senador Marco Rubio, da Flórida, com 10%.
No entanto, 55% dos entrevistados disseram que o recente debate entre os pré-candidatos republicanos fez com que se sentissem "menos confortáveis" com Trump.
Também nesta terça-feira, uma pesquisa divulgada pela Rasmussen Reports situou o magnata na dianteira entre os republicanos, com 17% das intenções de voto - uma queda significativa desde os 26% que obteve na mesma pesquisa nacional, realizada no mês passado. Atrás dele apareceram Rubio e o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, ambos com 10%, um ponto acima de Walker e a ex-diretora da Hewlet-Packard, Carly Fiorina.