O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, está em Havana nesta sexta-feira para içar a bandeira dos Estados Unidos e celebrar a nova política de seu país para Cuba. O hasteamento da bandeira é um ato carregado de simbolismo para as mudanças na relação bilateral.
O seretário participa na reabertura da embaixada americana em Havana, que completa a aproximação entre os dois países e abre as portas para uma nova era de negociações, cordiais e duras ao mesmo tempo.
[SAIBAMAIS]Kerry se reunirá, ainda, com o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, o arcebispo da Igreja Católica em Havana, Jaime Ortega, e com alguns dissidentes selecionados. Empresários norte-americanos também fazem parte da comitiva dos EUA, em busca de negócios na ilha.
De agora em diante, os diplomatas cubanos e norte-americanos terão de discutir a próxima fase da distensão: como expandir os laços econômicos, com medidas como voos diretos e serviços de correio. Os EUA querem resolver denúncias que datam de meio século, de cubanos exilados que reclamam por ter perdido milhões de dólares ao terem suas propriedades confiscadas depois da Revolução Cubana. Havana tem também suas reclamações, como indicou o ex-líder Fidel Castro em coluna publicada em jornal estatal na quinta-feira, onde disse que Washington deve "muitos milhões de dólares" à ilha pelos danos causados pelo embargo econômico.
Os presidente Barack Obama e Raúl Castro anunciaram em 17 de dezembro que os dois países retomariam as relações diplomáticas, 54 anos depois do rompimento. Obama disse que daria passos para dar mais poder ao povo cubano, suavizando o embargo comercial com várias medidas executivas para facilitar as viagens dos norte-americanos em Cuba e o comércio com a crescente classe empresarial dessa nação.
Oito meses depois, Cuba já pediu em várias ocasiões o fim total do embargo. O Congresso dos EUA, porém, resiste a ceder nesse ponto, o que dificulta um avanço.