Agência France-Presse
postado em 14/08/2015 21:57
O Japão recorda neste sábado sua capitulação incondicional no dia 15 de agosto de 1945, que pôs fim à Segunda Guerra Mundial, o que poderá conduzir alguns líderes políticos ao santuário de Yasukuni, onde são lembrados os soldados mortos, incluindo criminosos de guerra.Estas comemorações ocorrem um dia depois da declaração oficial do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que expressou seus "pêsames eternos" pelas vítimas da guerra e classificou de "irrevogáveis" as desculpas apresentadas anteriormente pelo Japão por seus atos, em particular no continente asiático.
O primeiro-ministro conservador, cujas declarações eram esperadas com impaciência na China e nas duas Coreias, também pediu que as gerações futuras sejam dispensadas de pedir desculpas, o que provocou a ira de Pequim e Pyongyang.
Há 70 anos, Hirohito, pai do atual imperador Akihito, falou pela primeira vez na rádio para anunciar a rendição do Japão, poucos dias depois dos bombardeios nucleares sobre Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto).
O imperador Akihito e a imperatriz Machiko deverão participar neste sábado, junto a Abe, de uma cerimônia oficial prevista para acontecer no coração de Tóquio.
Às margens das comemorações, parlamentares japoneses e talvez um ou vários membros do governo poderão visitar o santuário patriótico de Yasukuni, que os países vizinhos consideram como símbolo do passado colonialista do Japão.
Neste santuário são honrados cerca de 2,5 milhões de soldados mortos, mas a cólera de Pequim e Seul procede da inscrição em 1978 dos nomes de 14 criminosos de guerra condenados pelos aliados.
Sete décadas depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, sua expansão militar entre 1910 e 1945 continua envenenando as relações com a China e com a Coreia do Sul, que analisam a cada aniversário as declarações e as ações dos políticos japoneses.