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Refém dos EUA foi violentada várias vezes por líder do Estado Islâmico

A mãe da vítima, Marsha Mueller, negou que Kayla tenha se casado com al-Baghdadi. "Ele a levou de sua casa e a violou. Ela fugiu do lugar chorando"

Agência Estado
postado em 15/08/2015 18:34
A refém norte-americana Kayla Mueller foi estuprada repetidamente pelo líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, revelaram funcionários norte-americanos de inteligência à sua família.

"Nos disseram que ele [al-Baghdadi] se casou com ela e todos nós entendemos o que isto significa", declarou à Associated Press Carl Mueller, pai de Kayla, cuja morte foi anunciada em fevereiro. Na sexta-feira, ela completaria 27 anos.

A mãe da vítima, Marsha Mueller, negou que Kayla tenha se casado com al-Baghdadi. "Ele a levou de sua casa e a violou. Ela fugiu do lugar chorando."

A notícia é a mais recente de uma lista de horrores cometidos pelo grupo terrorista Estado Islâmico, que já decapitou, queimou e crucificou homens que haviam sido feitos prisioneiros ao mesmo tempo que sequestrou mulheres para serem escravas sexuais.

Kayla Mueller esteve presa por um tempo na casa do encarregado de finanças do EI, Abu Sayyaf, e de sua esposa, Umm Sayyab. Nessa época, ela se tornou "esposa" de Al-Baghdadi, que a estuprava repetidamente quando chegava de visita, segundo uma adolescente iazidi que esteve com a norte-americana e conseguiu escapar em outubro de 2014.

A garota de 14 anos conseguiu chegar ao Curdistão iraquiano, onde conversou com comandos norte-americanos em novembro de 2014. Agentes de inteligência confirmaram o relato da menor e as autoridades dos EUA revelaram em junho para os pais de Kayla.



Quando os norte-americanos interrogaram Umm Sayyaf, capturada este ano, ela confirmou que al-Baghdadi havia "possuído" Kayla, disseram as autoridades norte-americanas à família Mueller. Um funcionário dos EUA confirmou o relato, que foi divulgado primeiramente pelo jornal Independent, de Londres.

Abu Sayyaf morreu em junho durante um ataque da Força Delta ao lugar em que estava escondida, na Síria. Sua esposa foi entregue aos curdos iraquianos para ser julgada.

Kayla Mueller, de Prescott, no Arizona, foi capturada com seu namorado, Omar Alkhani, em agosto de 2013, depois de sair de um hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Alepo, na Síria, onde ele trabalhava como encarregado de internet.

O EI afirmou que Mueller morreu durante um ataque aéreo jordaniano próximo à Raqqa, a capital do autoproclamado califado sunita. A inteligência dos EUA confirmou a morte, mas não as circunstâncias.

Kayla esteve presa com outras três mulheres, todas iazidis, disseram os Mueller. Todas foram vítimas de estupro.

Segundo os pais de Kayla, quando a adolescente iazidi escapou com sua irmã, ela disse a Mueller para acompanhá-las, porém a norte-americana se negou, temendo que sua aparência obviamente ocidental levasse à captura das três.

Ainda de acordo com os pais de Kayla, quando a adolescente iazidi contou o ocorrido para os comandos da Força Delta no Iraque, a norte-americana já havia sido levada para outro lugar.

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