Agência France-Presse
postado em 18/08/2015 09:55
Roma, Itália - A polícia deteve oito pessoas suspeitas de ser os traficantes que organizaram uma travessia clandestina no Mediterrâneo, na qual morreram asfixiados no sábado 49 migrantes, anunciaram as autoridades italianas nesta terça-feira (18/8).[SAIBAMAIS]Entre os detidos, está um marroquino de 20 anos suspeito de ser o capitão do navio onde ocorreu a tragédia, um barco de 13 metros de comprimento no qual 362 pessoas viajavam. As outras sete pessoas estavam encarregadas de manter a ordem e, em particular, impedir que os passageiros que viajavam no porão do barco subissem à ponte.
Estas pessoas espancaram "na cabeça, com socos e pontapés, bastões e cintos as pessoas que queriam subir para ter ar", disse em uma coletiva de imprensa Michelangelo Patane, procurador-adjunto de Catania, Sicilia, onde se encontram desde segunda-feira os sobreviventes e os cadáveres dos falecidos.
As vítimas morreram em poucas horas "provavelmente devido à falta de ar e à fumaça do motor", acrescentou o procurador, que atribuiu a responsabilidade da tragédia às modalidades da viagem e à atitude da tripulação. Os supostos traficantes, todos identificados entre os sobreviventes da travessia, são dois marroquinos e quatro líbios de 18 a 20 anos. Além disso foram detidos um marroquino de 30 anos e um sírio de 17, transferido a um centro de detenção de menores.
As vítimas eram provenientes da África subsaariana, do Paquistão e de Bangladesh, segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM). Entre os migrantes que chegaram na segunda-feira a Catânia também há 116 marroquinos.