Agência France-Presse
postado em 20/08/2015 10:36
O comissário europeu para o Clima, Miguel Arias Cañete, convocou nesta quinta-feira vários grandes países, entre eles Brasil e Índia, a apresentarem sem demora suas metas para reduzir as emissões de carbono, ante a iminência da Conferência Mundial sobre o Clima (COP 21) em novembro em Paris."Vários países chave do G20, como Argentina, Brasil, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia devem apresentar suas intenções sem demora" visando um acordo para limitar a 2; Celsius o aquecimento do planeta, disse Miguel Arias Cañete à imprensa.
Cañete também lamentou que "as discussões técnicas estejam seriamente por trás das discussões políticas" nesta matéria, e considerou que isso deve mudar.
O comissário considerou "um progresso" o fato de 56 países que representam 61% das emissões mundiais já terem apresentado seus objetivos de redução de emanações de dióxido de carbono.
O encarregado europeu do Clima lembrou que o protocolo de Kyoto, atualmente em vigor e que os defensores do meio ambiente e os cientistas consideram muito insuficiente para combater o aquecimento global, continha objetivos firmes de apenas 36 países, que representavam 14% das emissões mundiais.
"As contribuições atuais não vêm apenas dos maiores emissores, como China, UE ou Estados Unidos, mas também de alguns dos países mais vulneráveis da África, do Caribe e do Pacífico", zonas especialmente ameaçadas pelo aumento das águas como consequência do degelo, ressaltou.
"O que não é uma notícia muito boa é que as contribuições não vêm de mais de 25% do total de países", acrescentou imediatamente, convocando os maiores deles a anunciar seus objetivos sem demora.
"Devemos ter uma ideia clara do esforço conjunto antes de nos reunirmos em Paris" para a conferência internacional prevista de 30 de novembro a 11 de dezembro, para saber "onde nos encontramos em relação ao objetivo de um aumento da temperatura inferior aos 2; Celsius", insistiu Cañete.
O comissário lembrou o ambicioso objetivo da UE, apresentado em março, de reduzir em 40% em relação aos níveis de 1990 as emissões de gases de efeito estufa até 2030.