Agência France-Presse
postado em 22/08/2015 14:48
Moscou - O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, chegou neste sábado a uma das ilhas russas Kuril do Sul, exigidas pelo Japão desde sua anexação ao fim da Segunda Guerra Mundial, indicaram as agências russas.Medvedev pousou em Iturup, uma das quatro ilhas que compõem o arquipélago chamado de Kuril do Sul na Rússia e de Territórios do Norte no Japão.
A visita do primeiro-ministro começou com uma inspeção do aeroporto de Iturup, que abriu em setembro, informou um comunicado publicado no site do governo russo.
Ele deveria se dirigir posteriormente a um fórum consagrado à educação da juventude russa e visitar também vários projetos econômicos desenvolvidos no arquipélago.
"Aqui tudo é absolutamente moderno. É o resultado de nosso programa de desenvolvimento das ilhas Kuril", comemorou Medvedev em sua chegada, citado pelas agências russas.
Após a divulgação desta visita, Hajime Hayashi, chefe da divisão europeia da chancelaria japonesa, convocou o embaixador russo em Tóquio.
Esta visita "contradiz a posição do Japão sobre os Territórios do Norte e fere os sentimentos do povo japonês. É lamentável", disse Hayashi, citado por um funcionário da chancelaria japonesa.
As tropas soviéticas tomaram estas ilhas após a capitulação do Japão, que colocou fim à Segunda Guerra Mundial.
Esta disputa de sete décadas colocou obstáculos no comércio e impediu que Moscou e Tóquio assinem um tratado de paz formal.
De acordo com o site do governo russo, o primeiro-ministro Medvedev esteve antes na região de Amur, no extremo oriente russo, onde visitou o cosmódromo em construção de Vostotchny.
Medvedev já havia se deslocado às ilhas Kuril em julho de 2012, irritando Tóquio, que convocou o embaixador russo e expressou seu profundo pesar por esta visita a ilhas que o Japão reivindica.
A Rússia, que expressou sua vontade de voltar a instalar armas nas ilhas Kuril, consideradas por ela seu posto avançado no Pacífico, realizou manobras militares ali há um ano.
A disputa pelas quatro ilhas meridionais do arquipélago anexadas pelos soviéticos ao fim da Segunda Guerra Mundial impede há 65 anos a assinatura de um tratado de paz entre os dois países.