O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, acusou nesta segunda-feira (24/8) a Rússia de ter enviado três comboios militares ao leste separatista pró-Rússia, algumas horas antes de uma reunião em Berlim com as autoridades da Alemanha e da França sobre a crise da Ucrânia.
"Esta semana, três grandes comboios militares atravessaram nossa fronteira em direção a Lugansk, Donetsk (capitais das regiões rebeldes) e Debaltseve (ponto estratégico que une as duas capitais)", declarou Poroshenko, que participou em um desfile militar no centro de Kiev para celebrar o 24; aniversário da independência da Ucrânia.
[SAIBAMAIS]"Moscou forneceu aos rebeldes quase 500 carros, 400 sistemas de artilharia e 950 veículos blindados", afirmou o chefe de Estado ucraniano, que não revelou uma data precisa.
A Rússia "permanece sem renunciar à ideia de uma intervenção direta ou ao ataque dos rebeldes dentro do país", apesar das sanções ocidentais que "abalam a economia russa", disse o presidente ucraniano.
Segundo Poroshenko, 50.000 soldados russos estão mobilizados na fronteira da Ucrânia e 9.000 comandantes militares russos integram o grupo de 40.000 homens que enfrentam as forças ucranianas no leste separatista pró-Rússia.
Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes do leste e de ter enviado tropas regulares, o que Moscou nega. Mais de 6.800 pessoas, principalmente civis, morreram desde o início do conflito em abril de 2014.
Para o presidente Poroshenko, no futuro a Ucrânia será como uma pessoa que terá "que caminhar sobre uma fina camada de gelo, na qual cada passo imprudente será fatal".
"A guerra pela independência continua e só podemos vencer reunindo esforços militares, talento diplomático, responsabilidade política e uma paciência de ferro", concluiu.