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Justiça israelense acusa homicida do desfile do Orgulho Gay de Jerusalém

Homem não demonstrou nenhum remorso ao ato cometido

Agência France-Presse
postado em 24/08/2015 11:01
A justiça israelense acusou nesta segunda-feira (24/8) de assassinato um ultraortodoxo judeu que esfaqueou, provocando a morte, uma jovem de 16 anos durante uma marcha do Orgulho Gay, que segundo ele reúne pecadores que profanam o nome de Deus.

Yishai Shlissel, de 39 anos, não mostrou nenhum remorso ante o tribunal. "Se quiserem que a alma (da vítima) suba ao céu, é necessário que as (marchas) do Orgulho Gay parem em Jerusalém e em todo o território de Israel", disse segundo a rádio militar.

[SAIBAMAIS]A agressão do 30 de julho, que foi seguida de um ataque atribuído a extremistas judeus contra uma casa palestina na Cisjordânia ocupada, impactou a sociedade israelense e trouxe à tona o fanatismo violento judeu. A jovem de 16 anos, Shira Banki, morreu dias depois de ter sido ferida por Yishai Shlissel, que também atacou outros manifestantes.

"Shlissel foi acusado por assassinato com premeditação, seis tentativas de assassinato e ferimentos agravados", disse o ministério da Justiça em um comunicado. Com uma longa barba e grandes óculos, o acusado foi declarado penalmente responsável após um exame psiquiátrico.

O gesto de Shlissel provocou um enorme choque, em particular porque havia sido libertado há pouco tempo, depois de ter cumprido 10 anos de prisão por uma agressão similar em outro desfile deste tipo em Jerusalém em 2005. Na época feriu três pessoas.



Shlissel esteve muito ativo em diferentes fóruns antes da última agressão. Em um texto citado pela imprensa, descreve os homossexuais como pecadores e o Orgulho Gay, que é realizado em cidades de todo o mundo, como um "desfile das abominações na cidade do soberano com o único objetivo de profanar seu nome".

A polícia foi duramente criticada por não ter evitado este novo ataque. O ministro da Segurança Interna, Gilad Erdan, ordenou uma investigação que se limitou a recomendar sanções disciplinares leves aos responsáveis da polícia em Jerusalém, segundo a imprensa.

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